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Presentinho
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Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, é especialista nas áreas de História da Arquitetura e do Urbanismo, Teoria de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Arquitetura e Urbanismo e Patrimônio Cultural Edificado. Escreve para o Vida & Arte desde 2012.

Presentinho

Tipo Crônica

Anistia pede quem foi vítima de um governo autoritário e discricionário, tal como a ditadura civil-militar que existiu neste país entre 1964 e 1985, a qual torturou, matou e baniu brasileiros. O pedido de anistia por que a choldra golpista implora agora é completamente infundado, pois vivemos em um período igualitário no qual o respeito à democracia e à Constituição e a convivência entre os três poderes (às vezes não pacífica, é verdade) constituem seu fundamento. Não fora assim, o indefecável não estaria fazendo comício em cima de carro de som e o bananinha não cometeria seus crimes de lesa-pátria. Aliás, esses dois sujeitos, secundados pela escumalha que os acompanha, são os que queriam implantar no Brasil uma nova ditadura a partir do assassinato de autoridades. Simples, né?

Mas aí entram outros personagens na sórdida trama. O palhaço laranjada, com a sua boquinha de chupar ovo, sua fala de menino mimado e seu ar de xerife do mundo, com a máscara de intimidador, nos impõe um tarifaço de 50% sobre as nossas exportações. O zé mané do boné paulistano, bem como outros canalhas quetais, propôs que o governo federal dê um passaporte ao safado-mor para que ele vá aos EUA negociar a leniência para com o nosso comércio internacional. Esse cara está pensando que está lidando com jumentos, com todo o respeito aos muares? Além dos crimes que o inominável já cometeu, ele agora vai ter que responder por coação no curso do processo, obstrução de justiça e ataque à soberania nacional. Como mandar um biltre desses ao EUA? Para ele ficar lá?

Nesta última sexta-feira, a PF bateu na porta da casa do bandido em Brasília. Na gaveta onde guarda as suas cuecas foram encontrados 17 mil dólares e R$ 8 mil. Em moeda nacional, esse montante dá R$ 83.600, um dinheirinho que daria para passar uns dias na terra do Tio Sam até que as coisas se ajeitassem, nada comparado aos milhões que o celerado remeteu ao 03 por pix (que agora o pato donald quer taxar) para o garoto gastar na Disney. Achou-se também um pen-drive no banheiro, que o covarde empurrou na conta de dona micheque depois de dizer que nunca havia visto um (ô cabra bom para mentir...). "Estou no cadafalso, a qualquer momento vão chutar o banquinho", chora o lorpa no afã de salvar unicamente a sua pele. Como devem estar se sentindo seus coleguinhas?

Como lembrancinha de sua insólita visita à morada do pilantra, a PF presenteou-lhe com uma tornozeleira eletrônica, além de determinar-lhe regras de conduta que se aplicam a criminosos. Denunciado pelo PGR, o salafra ouve aterrorizado o tic-tac do relógio da Justiça bater cada vez mais acelerado. No Rio, já criaram um bloco carnavalesco que certamente será um sucesso no ano que vem, o "Suprema Humilhação", cujo nome advém de um excerto da fala do patife, dita entre lágrimas de crocodilo. Enquanto isso, o governo federal sofre com a chantagem da Câmara e do Senado, poderes compostos em boa medida por inimigos do povo brasileiro. Sairemos melhores dessa provação? Claro. O Brasil precisava atravessar esse Rubicão para se encontrar consigo mesmo. Ou não?

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