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O patriotismo do avesso
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Procurador da República, atuando especialmente nas áreas de Direito Penal, Constitucional e Administrativo é graduado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Especialista em Direito e Processo Tributário e em Direito Constitucional

O patriotismo do avesso

Vivandeiras alvoroçadas não foram aos bivaques, mas sim se alinharam a uma potência estrangeira em nome de interesses políticos, buscando cercear e constranger o exercício de todos os poderes brasileiros
MINISTRO Alexandre de Moraes no STF após ataques de 8 de janeiro de 2023 (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF MINISTRO Alexandre de Moraes no STF após ataques de 8 de janeiro de 2023

Pode ser vista como uma mistura de entreguismo, complexo de inferioridade e oportunismo a postura daqueles que, face a uma agressão reconhecidamente injusta aos interesses brasileiros, causando prejuízo a milhares de empresas, empregados e consumidores, preferem se alinhar e estimular a imposição ao Brasil da maior taxa entre todos os países pela exportação dos seus produtos aos Estados Unidos da América.

Nesse momento se percebe que as vivandeiras alvoroçadas não foram aos bivaques, mas sim se alinharam a uma potência estrangeira em nome de interesses políticos, buscando cercear e constranger o exercício de todos os poderes brasileiros, na medida em que fragilizam o Executivo, sancionam o Judiciário e exigem do Legislativo a aprovação de uma anistia manifestamente contrária ao resguardo do regime democrático, diretamente atacado.

Do mesmo modo, o alegado cerceamento à liberdade de expressão não passa de uma tentativa de regular o poder das big techs, grandes corporações dotadas de imenso poder econômico que cada vez mais buscam assumir e controlar o poder político, através de interferências as mais variadas no processo eleitoral.

Embora me pareça não serem certos atores políticos exatamente defensores da Constituição cidadã de 1988, cujo edifício se sustenta sobre bases frágeis, olvidam ser reconhecida como primeiro fundamento da nossa República a soberania, que se caracteriza nas relações entre países pela independência nacional, autodeterminação dos povos, não-intervenção e igualdade entre estados, que deixam de lado com suas ações e omissões.

Torna-se ainda mais grave esse cenário quando o pretexto declarado para a imposição de tributos sem quaisquer sustentáculos econômicos vem a ser a exigência de anistia ao ex-presidente da República, acompanhada de sanções sem precedentes ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, reputadas como injustas pelo próprio inspirador da Lei Magnistky, originalmente voltada à punição de graves violações de direitos humanos e casos graves de corrupção, utilizadas agora para fins de um acerto de contas político.

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