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Chegou o Natal
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Procurador da República, atuando especialmente nas áreas de Direito Penal, Constitucional e Administrativo é graduado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Especialista em Direito e Processo Tributário e em Direito Constitucional

Chegou o Natal

.Se nas nossas famílias sentimos espaços de acolhida e pertencimento, que possamos ter as portas abertas para ajudar aqueles que mais precisam
Tipo Opinião
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A estátua retrata a Trégua de Natal. Soldados alemães e aliados apertam as mãos, com uma bola de futebol entre eles, simbolizando o dia em que jogaram juntos no Boxing Day de 1914 (Foto: Isabelle Bruneel / Wikimedia Commons)
Foto: Isabelle Bruneel / Wikimedia Commons A estátua retrata a Trégua de Natal. Soldados alemães e aliados apertam as mãos, com uma bola de futebol entre eles, simbolizando o dia em que jogaram juntos no Boxing Day de 1914

Venho escrevendo no jornal O POVO há alguns anos, especialmente sobre temas relacionados ao Direito e Ciência Política, com foco no respeito aos direitos humanos. O ano trouxe a abordagem de temas complexos, mas o momento natalino pede que deixemos de abordar agora questões como projeto da dosimetria, desvios de emendas e disputas locais e nacionais de poder pelo poder, entre outras mazelas que insistem em nos assolar.

Com a feliz coincidência de ver essa coluna publicada na véspera de Natal, peço licença aos leitores para trazer um contexto mais pessoal e menos jurídico, dessa vez sobre as memórias que essa data traz. Voltando no tempo quase quarenta anos, recordo uma ligação da minha avó materna, sabedora de que colecionava carrinhos, perguntando se eu gostava do piloto Nelson Piquet. Respondi que gostava mais do Senna (esse Natal era desse tempo). Logo depois, para minha alegria, chegava toda a família vinda do interior trazendo um pequeno e singelo carrinho de Fórmula 1 preto e dourado.

No ano seguinte, fomos todos para a pequena e pacata cidade das nossas raízes, na qual enfrentamos eu, minha irmã e inúmeros primos com idades próximas o desafio de tentar ficar acordados esperando nosso avô, muito religioso, voltar da Missa do Galo. Era ainda celebrada tarde da noite, e assim tive a impressão de que essa missa não terminava nunca.

Lembrar desses e outros natais faz rememorar o valor da solidariedade, enquanto fundamento ético de toda ação humana, que demanda tornar aquilo que é o clima de final de ano em ações concretas, tais como o auxílio a pessoas em situação de rua, que sofrem violência doméstica, abrigos de animais, uma palavra ou gesto para os muitos pedintes nos sinais, a acolhida e proteção aos migrantes.

Se nas nossas famílias sentimos espaços de acolhida e pertencimento, que possamos ter as portas abertas para ajudar aqueles que mais precisam. Que esses espaços de acolhimento sejam reais, em suas diversas formas, e não apenas meras ficções. Um feliz Natal a todos.

 

Foto do Rômulo Conrado

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