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Dizer sim à vida!
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Psicóloga e psicanalista

Dizer sim à vida!

Tipo Opinião
Sabrina Matos, psicóloga, psicanalista e professora da Unifor (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Sabrina Matos, psicóloga, psicanalista e professora da Unifor

Dois mil e vinte um vai chegando ao fim. Ano marcado por tantas vidas perdidas em função da pandemia, ano que nos trouxe a tão sonhada vacina contra a Covid-19 e que explicitou ainda mais o que pode um governo fundado no ódio, na desumanidade, no caráter mortífero de suas ações. Olhando para trás ficamos impressionados em como conseguimos sobreviver tendo no Planalto o pior presidente da história do nosso país.

Tudo o que disser aqui acerca dessa figura inominável, abominável, grosseira, ignorante, inapta, indecente, que escancarou a pornografia como palco de suas ações, tudo o que disser, ainda assim será pouco. Um governo atópico, desastroso, imoral, autoridade mor em oferecer o pior. Um governo que subtraiu a dignidade de milhões de brasileiros, destroçou as políticas públicas, amesquinhou o nosso país.

Dois mil e vinte um termina e temos à frente um ano de eleição. Teremos a chance de virar a página da nossa história, de demarcarmos uma ruptura com esse tempo devastador. Teremos a chance de fazer Eros se manifestar como cupidez revolucionária trazendo uma forma de vida e de sociedade totalmente distinta, como nos diz Chul Han em "Agonia do Eros".

Aprendemos com a psicanálise que a frustração comporta otimismo no sentido de que o que queremos está disponível. Nesse sentido, podemos tomar a frustração como um tipo de fé. Fé na vida, fé no homem...fé no que virá, como dizia Gonzaguinha.

Ou como disse Freud em um pequeno e tocante texto escrito em 1916, intitulado "Sobre a transitoriedade", onde o gênio vienense discorre acerca das perdas causadas pela guerra. "Quando o luto tiver terminado, verificar-se-á que o alto conceito em que tínhamos as riquezas da civilização nada perdeu com a descoberta de sua fragilidade. Reconstruiremos tudo o que a guerra destruiu, e talvez em terreno mais firme e de forma mais duradoura do que antes".

Que possamos juntos, com coragem, porque o que a vida pede da gente é coragem, usar o voto como um passaporte para um outro tempo, onde Eros possa vingar, onde a esperança vença o ódio, onde a delicadeza e a beleza da vida se façam presentes e que nunca mais possamos permitir nosso país ser crackeado. Que venha 2022! n

 

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