Logo O POVO+
Maria Rita Kehl e as novas formas do fascismo no Brasil
Sabrina Matos

Maria Rita Kehl e as novas formas do fascismo no Brasil

Apesar de não ser uma teoria que pretenda dar conta da sociedade, a psicanálise postula elementos que contribuem para entendermos como se forma a cultura de um país
Edição Impressa
Tipo Notícia Por

O Brasil é um dos países onde a psicanálise frutificou de maneira mais extraordinária. Em uma carta famosa de 1926 na qual Freud responde a Durval Marcondes, um dos pioneiros que fundou a primeira Sociedade Brasileira de Psicanálise em São Paulo, Sigmund o agradece "por ter despertado o interesse dos seus compatriotas pela nossa ciência".

A invenção freudiana é um campo teórico que se debruça sobre o sujeito do inconsciente. Inconsciente esse que é democrático e não tem classe social. Seu inventor dizia que ela (a psicanálise) deveria ser direito de todos os cidadãos, ricos ou pobres, sendo a inserção orgânica no campo social fundamental para a sua sobrevivência.

Apesar de não ser uma teoria que pretenda dar conta da sociedade, a psicanálise postula elementos que contribuem para entendermos como se forma a cultura de um país, as identificações, as patologias, por exemplo, como nos diz a psicanalista, jornalista e escritora premiada com o Jabuti em 2010, Maria Rita Kehl. Ela estará em uma aula aberta transmitida ao vivo pelo canal da Tv Unifor no Youtube, no próximo dia 26 de maio, das 17h30min às 19h, discorrendo acerca das novas formas do fascismo no Brasil.

Maria Rita é uma das intelectuais mais renomadas do nosso país e recebê-la pela segunda vez será uma honra sabendo que desta feita o vigor crítico de sua fala irá se debruçar nos discursos de ódio, da intolerância nas mais diversas nuances, de um tempo onde o culto à morte e o desprezo à vida se fazem tão presentes no contexto apocalíptico no qual estamos vivendo.

Psicanálise e política têm pontos em comum - ambas lidam com a palavra, com a linguagem, com a diferença. E onde tem diferença, tem debate. Receber Maria Rita Kehl comporta essa proposta, de ser mais um foco de civilização no meio de tanta barbárie. 

 

Leia mais opinião, análises e crônicas no O POVO Mais

Opinião, análises e Crônicas

 

Foto do Articulista

Sabrina Matos

Articulista
O que você achou desse conteúdo?