Passei a seguir a Preta Gil por acaso, buscava as receitas da Bela Gil e a adicionei por engano. Ela acabou se tornando a primeira celebridade que eu seguiria nas redes sociais. Isso foi em janeiro de 2017. De lá pra cá, aprendi, cantei, me indignei, chorei, gargalhei com a Preta. Uma mulher que se fez livre, com tantas batalhas e vitórias.

A notícia da sua morte chegou ao Brasil ontem, 20 de julho de 2025, com um efeito alastrado de dor, mas também de vida cumprida. Em tratamento na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, Preta tentava se curar de um câncer descoberto em 2023.

Tudo bem que as redes sociais não são a vida real por completo, mas elas conseguem retratar partes importantes do cotidiano de uma pessoa. Antes de seguir a Preta, eu só a conhecia como cantora e filha de Gilberto Gil. Na rede social, a descobri como mulher.

Sua vida, escolhas, posturas, bandeiras… Preta sempre falou sobre racismo, feminismo, maternidade, estética, amor, música. De forma livre, sincera e radiante ela defendeu temas, se posicionou, se solidarizou, lutou junto a mulheres, crianças e a população LGBTQIA+. Orgulhosamente assumida bissexual, quebrou preconceitos históricos.

Acompanhei Preta solteira, solta na buraqueira SIM, porque ela também mostrou que podemos... a vi apaixonada e parceira, depois sozinha e superando. Feliz… uma mulher que assumia as dores, os medos e compartilhava todas as formas de enfrentar essas sensações.

Quantas mulheres a ouviram falar sobre o corpo não perfeito, sobre estar fora dos padrões, sobre as cobranças excessivas à mulher e os direitos que lhe são devidos.

Quando o diagnóstico do câncer chegou, Preta falou sobre transformação, estigma, amor e força para lutar. E assim seguiu ao longo de dois anos e seis meses. Lutando contra um câncer no intestino.

Se curava sempre um pouco mais para conseguir viver tudo o que a vida lhe dava: família, música, sorrisos, lições de vida, amigos… as amizades eram uma constante nas redes sociais de Preta Gil. Ela sempre estava rodeada de amigos, mostrando que uma mulher não precisa estar casada para ter parceiras e parceiros. E que compartilhar é o que há de mais significativo nesse mundo.

À minha primeira influenciadora digital do mundo das celebridades, o meu mais absoluto respeito e minha admiração. Você me influenciou a ser mais eu e a viver mais cada parte da vida, até a morte. Descanse! Um cheiro.