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Mais de 900 crianças vítimas de abuso sexual no CE
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do O POVO há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade

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Mais de 900 crianças vítimas de abuso sexual no CE

No Ceará, em 2025, a cada dia, uma menina com menos de 14 anos deu a luz a outra criança. De acordo com o Código Penal, qualquer relação sexual com pessoas menores de 14 anos é considerada crime de estupro de vulnerável
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MAIOR parte das adolescentes que se torna mães tem baixa escolaridade (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA MAIOR parte das adolescentes que se torna mães tem baixa escolaridade

923 meninos e meninas de até 14 anos foram vítimas de abuso ou exploração sexual no Ceará em 2025 (até setembro), 63% do total de casos. Número ainda não reflete a cruel realidade, já que denunciar esse crime é um caminho doloroso e cheio de tabus e dificuldades. Mais uma nova barreira à garantia de direitos da infância e juventude poderá ser imposta.

Projeto aprovado pela Câmara dos Deputados - onde todos que votaram a favor são homens - revoga a norma que permite o aborto legal em meninas menores de 14 anos vítimas de violência sexual sem a exigência de boletim de ocorrência, decisão judicial ou autorização de responsável. Derruba uma Resolução (nº 258/2024) do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

No Ceará, em 2025, a cada dia, uma menina com menos de 14 anos deu a luz a outra criança. De acordo com o Código Penal, qualquer relação sexual com pessoas menores de 14 anos é considerada crime de estupro de vulnerável.

O Projeto aprovado, que segue para o Senado, é um retrocesso em forma de mais um plano legislativo que não condiz com a realidade do País, que muito infelizmente ainda explora e abusa de suas crianças. Que não as protege e não as prioriza como a Constituição Federal estabelece.

Crianças não devem ser mães. Meninas estupradas não devem ser mães. E o Estado não tem o direito de dificultar ainda mais o cumprimento de seus direitos.

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