
Historiador, pesquisador, escritor, editor do O POVO.Doc e ex-editor de Opinião do O POVO
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Após o fim da 2ª Guerra Mundial emergiram como líderes mundiais os Estados Unidos representando o bloco capitalista e, do outro lado, destacava-se a União Soviética liderando o bloco socialista. A disputa ficou conhecida como Guerra Fria, não passava necessariamente pelo direto conflito bélico, mas pelo domínio econômico, político, cultural, científico entre os blocos. A disputa entre os blocos gravitava por todos os países ainda não alinhados e que pudessem representar zonas de influência consolidando o domínio ideológico.
Cuba, em 1959, sob a liderança de Fidel Castro foi cenário de uma revolução cujo desdobramento, nos anos seguintes, a aproximava da União Soviética. A constante aproximação cubana do bloco socialista passou a ser monitorada pelos norte-americanos. Em 1961, cerca de 1.500 exilados cubanos treinados e apoiados militar e economicamente pelos Estados Unidos invadiram Cuba com intenção de destituir o governo castrista, sendo derrotados no que ficou conhecido como invasão da Baía dos Porcos.
Temendo novas invasões, Cuba e União Soviética articulam a instalação de mísseis soviéticos em terras cubanas. Do outro lado, norte-americanos já haviam instalado mísseis na Turquia e Itália. Percebam as movimentações de ambas forças no tabuleiro mundial.
Em 14 de outubro de 1962, aviões-espiões norte-americanos detectam a construção de bases de lançamento de mísseis em território cubano. Localizada a 150 quilômetros dos Estados Unidos, se lançados, os mísseis cubanos poderiam alcançar as principais cidades norte-americanas.
A partir de 16 de outubro foi instalado reunião de emergência para definir as ações norte-americanas lideradas pelo presidente John Kennedy. Os militares norte-americanos defendiam a invasão e bombardeio à ilha cubana, nessa intenção foram movidas forças militares para o sul dos Estados Unidos prevendo cenário de guerra. Forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foram colocadas em alerta máximo. Na ONU (Organização das Nações Unidas), o embaixador norte-americano Adlai Stevenson apresentou no Conselho de Segurança fotos das instalações dos mísseis cubanos, negadas como sendo provas falsas pelo embaixador soviético Valerian Zorin.
Em 22 de outubro, pela televisão, Kennedy anuncia ao país e ao mundo a ameaça dos mísseis, pedindo desmonte e retirada de todas as armas nucleares soviéticas instaladas em Cuba sob a fiscalização de observadores da ONU, e ordenou a imediata adoção da quarentena naval na zona em disputa. A quarentena tratava-se de um bloqueio naval norte-americano de todas as embarcações com destino a Cuba, as que não tivessem armamento seriam liberadas e as que possuíssem seriam impedidas.
O momento mais tenso iniciado desde 16 de outubro aconteceu dia 27, conhecido como “Sábado Negro”, porque um avião norte-americano que espionava Cuba foi abatido e seu piloto morto.
O primeiro-ministro soviético Nikita Khrushchov, em 28 de outubro, mesmo contrariando a posição cubano que defendia a permanência dos mísseis concordou com o desmonte e retirada das armas nucleares com a exigência de nunca Cuba ser invadida pelos Estados Unidos e a retirada dos mísseis norte-americanos da Turquia.
O conflito tornou evidente a necessidade de contatos diretos e ágeis entre os líderes das duas grandes potências à fim de evitar, futuramente, situações que se desdobrassem em graves e irreversíveis consequências à humanidade e aos próprios interesses. Por isso, a “linha direta” foi estabelecida a partir da crise dos mísseis, conhecido folcloricamente como o “telefone vermelho” entre Moscou e Washington.
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