Impressionado com o massacre do Bayern de Munique sobre o Barcelona, o amigo Luís Bizerril me diz, do outro lado da linha, da intensidade e movimentação do time alemão. Ao mesmo tempo em que revelava sua excitação com o Bayern, falava da queda do Barcelona.

Seu olhar de cineasta me fez pensar em dez papa-léguas de desenho animado correndo num campo de futebol, mas meu delírio foi embora quando exclamou: "Eles driblam!" O ala esquerdo Alphonso Davies destruiu com dribles Semedo, o ala direito do Barcelona.

E continuou... o ponta direita Gnabry é infernal. No jogo contra o Lyon, recebeu uma bola pelo lado direito do campo, saiu driblando em direção à meia lua da área penal. Em cima da risca disparou um petardo com a perna esquerda. A bola entrou no lado direito do goleiro.

Dou um tchau ao telefone e me volto para a grande final da Champions League do próximo domingo. Bayern e PSG pela primeira vez se enfrentarão numa decisão. Embora os alemães valorizem o jogo de conjunto, sabem que as jogadas individuais serão decisivas.

Parar a dupla Neymar/Mbappé, do PSG, é o desafio do Bayern. Parar o time todo do Bayern é o desafio do PSG. Não tenho dúvidas que o time alemão é o grande favorito. Os franceses dependem muito dos seus dois atacantes. Como o time bávaro gosta de propor o jogo, o parisiense poderá jogar no contra-ataque.

Aliás, o PSG vai depender como nunca da habilidade individual desses jogadores. O controle da bola, o chute, a retomada da bola, a finalização e o mais refinado deles, "o drible" — com pedaladas, paradas bruscas, gingas, saídas rápidas e mudança de direção.

Zinedine Zidane diz que Neymar e Mbappé, juntos, são capazes de fazer coisas assombrosas. É certo que o Bayern tem o Lewandowski, mas estamos diante da dupla mais rápida, veloz e habilidosa do futebol mundial. Um vacilo qualquer e a bola está na rede.

Foi driblando que Garrincha e Pelé escreveram, com suas pernas, pelos campos do mundo, as mais bonitas histórias de futebol e é na expectativa da grande final da Champions League, entre Bayern e PSG, que os brasileiros esperam que essa história se repita.