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O DNA do Fortaleza e de Rogério Ceni
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

O DNA do Fortaleza e de Rogério Ceni

Tipo Crônica
Rogério Ceni, técnico do Fortaleza
 (Foto: Aurelio Alves
)
Foto: Aurelio Alves Rogério Ceni, técnico do Fortaleza

Não entendo porque vez por outra a mídia esportiva reclama e faz pressão em cima do técnico Rogério Ceni. Imagino que seja por conta do seu comportamento de não dar entrevistas e seu jeito meio besta de andar com o nariz empinado, sem olhar para ninguém.

Se for por esse lado, até entendo. Mas quanto ao futebol posto em prática pelo Fortaleza não há o que reclamar. Em menos de três anos, os Leões foram campeões brasileiros da Série B, subiram para a Série A e ganharam uma vaga na Copa Sul-americana.

Até ontem, ocupavam o oitavo lugar na tabela do campeonato nacional e sempre praticando um futebol propositivo. Esse termo é encontrado no dicionário imaginário do futebol moderno: significa a manutenção da posse da bola por uma equipe, ou seja, propor o jogo.

É justamente o oposto do futebol reativo. Outra palavra encontrada no dicionário, ou seja, times que preferem ficar na defensiva e atuam nos contra-ataques, explorando os espaços deixados pelos adversários. O torcedor gosta mesmo é de ver seu time atacar.

Daí uma das razões de o torcedor ter enchido o Castelão nos últimos anos — e só não lota neste ano devido à pandemia do novo coronavírus, que proíbe a presença de público. Onde estiver jogando, o torcedor sabe que o Leão vai para cima e isso enche de orgulho a galera tricolor.

Tomemos como exemplo os dois últimos jogos no Sudeste, onde o Rogério Ceni concede entrevistas. O Fortaleza foi para cima de Flamengo-RJ e Corinthians-SP com gosto de gás. Andou perto de vencer as duas partidas. Pressionou o Timão até o fim e, empate em 1 a 1, perdeu de 2 a 1 para o Fla no finalzinho.

Essa questão interessa. A história vitoriosa de Rogério Ceni como goleiro artilheiro, que sabia jogar com os pés, obrigou-o a ter uma leitura ofensiva de como proceder numa partida. Pode até ser que sua equipe seja obrigada a recuar, mas não porque ele queira.

Essa atitude de atacar os clubes grandes em seus próprios domínios tem sido a marca registrada do Fortaleza. Longe de Davi enfrentando Golias. No fundo, não importa se Rogério Ceni dá ou não entrevista à mídia esportiva cearense. Basta quando ele passar, a gente tirar o chapéu.

Foto do Sérgio Redes

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