Dando uma vasculhada em edições antigas de O POVO uma foto chama minha atenção. Estampada na primeira página do jornal, Rachel de Queiroz recebendo uma faixa de campeão cearense. Por trás da lente de seus óculos seus olhos brilham defelicidade.

Emocionada! Na época com 83 anos a escritora parecia viver um momento inesquecível. Aliás, no tempo do futebol romântico, o Ferroviário era o segundo clube de muita gente. Com essa correria atrás de dinheiro o clube vem sendo prejudicado pela arbitragem.

Primeiro foi a disputa de pênaltis decisiva contra o América, lá em Minas, pela Copa do Brasil. O jogador do Ferrim bateu o pênalti, a bola tocou na parte superior do travessão, transpôs o espaço da linha de fundo entre as traves e retornou para dentro do campo.

A bola entrou e saiu! O cenário dessa disputa é conhecido. O árbitro fica de um lado das traves, e, do outro lado em cima da linha de fundo a cinco metros de distância de uma das traves o auxiliar de arbitragem. O árbitro fez sinal que a bola não havia entrado. O auxiliar ficou calado.

A equipe do VAR que fica isolada e instalada dentro de uma cabine num ponto alto das arquibancadas também não viu nada, até porque não tinha VAR. A câmera da televisão mostrou para todo o país. Só quem não viu foi à equipe de arbitragem. Faz sentido algo assim? Não!

Anteontem foi contra o Ceará! O Ferrim jogava pelo empate. Foi para a cima do Ceará com gosto de gás e lá pelos 17 minutos do segundo fez um gol. O bandeirinha não titubeou e anulou um gol legítimo. Levantou a bandeira alegando impedimento do atacante Adilson Bahia.

No segundo tempo numa disputa de bola contra um zagueiro alvinegro o atacante coral ia invadir a área e na altura da meia lua da grande área foi puxado pela camisa. O árbitro poderia estar com a visão coberta, mas o bandeirinha estava no lance e poderia ter informado ao árbitro.

Lances em partidas decisivas que poderiam ter mudado a história do clube.

Talvez continuasse na Copa do Brasil e se classificasse para as finais do cearense. Tem nada não, diz meu amigo Ivaldo Paixão. "Nossa falecida madrinha está lá de cima vendo tudo"