Vez por outra lembro do professor José Eduardo Gomes Barreira. Foi ele quem implantou o curso de Educação Física da Unifor e os Jogos do Vale do Jaguaribe. Quando vim transferido da UFRJ, coordenou os meus horários e me ajudou na organização do mapa das disciplinas.

Fui seu aluno de Legislação e Organização Desportiva e, quando estudei Sistemas de Disputa, aprendi que o mais justo era o processo de rodízio duplo, ou seja, todas as equipes se enfrentam em turno e returno. Um jogo na sua casa e o outro na casa do seu adversário.

É assim que funcionam, hoje em dia, os campeonatos nacionais das Série A e B. Embora tenha gente que ache mais emocionantes os jogos eliminatórios, tipo Copa do Mundo e outras, nesses processos nem sempre a melhor equipe ganha a competição.

Para surpresa de muita gente, quem no momento faz uma campanha de regular para boa no campeonato nacional da Série A é o Ceará. O primeiro semestre foi péssimo! Perdeu tudo que disputou. As Copas do Nordeste, do Brasil e Sul Americana, e o Campeonato Cearense.

O mais cordato dos torcedores queria mandar o técnico embora. Sua diretoria, porém aguentou as decepções, teve a paciência necessária e manteve o técnico Guto Ferreira. Os apressados esquecem que o regulamento das Séries A e B permite uma única troca de técnico.

Então, prezado leitor, saúdo os comentaristas do jornal O POVO e do programa "Com a Bola Toda", da TVC, que nos piores momentos do clube apoiaram a permanência do técnico Guto Ferreira, procurando mostrar para o público a ineficiência da demissão.

E, vimos, então o Ceará calçar as sandálias da humildade. O time que tinha feito contratações maravilhosas, que era cantado em verso e poesia como o melhor time do Nordeste, resolveu que a melhor forma de recuperar o prestígio perdido era olhar para dentro de si.

Olhou e, gradativamente, vai se recuperando. É assim que se faz! Aprendi com o falecido mestre Zé Eduardo! Teve um ano que cheguei campeão na universidade e fiquei cheio de pose. Passou do meu lado e disse com a voz baixa: "Dia de muito, véspera de nada".