
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O celular toca. Do outro lado da linha um amigo daqueles que não via há tempos, mas quando a gente fala parece que se viu ontem, me dá a notícia: "Coordeno a edição de um livro sobre o Pacoti e estou te ligando para trocar algumas ideias a respeito desse assunto"
Surpreso e achando bom, fico em silencio por milésimos de segundos com as cenas de um filme rodando na minha mente. Grande Vavá! Um dos sorrisos mais espontâneos que conheci. Juntava ele, a irmã Téti, Augusto Pontes, o Rodger Rogério e que venha a vida.
Combinamos sobre como fazer em relação ao livro e, aí, meu pensamento se volta para o Pacoti e tiro o chapéu para ele. Figura humana com H maiúsculo. Conheço muitas histórias, algumas engraçadas contadas por ele e outras narradas pelos amigos dele.
Era um menino de 11 anos quando ele apareceu no meu radar. Torcia pelo Vasco e andava meio tristonho porque haviam decidido vender Vavá para o futebol espanhol. Uma perda irreparável: Vavá, Bellini e Orlando eram campeões do mundo e ídolos do clube.
Para substituí-lo, as manchetes dos jornais do Rio de Janeiro anunciaram que o Vasco tinha contratado um atacante em Pernambuco. "Um Pelé branco para substituir Vavá". Um centroavante nato, artilheiro, com um raro faro de gol e que não tinha medo de cara feia.
Os números eram impressionantes: 36 gols em 18 jogos. Média de dois por partida. Ao ir ao Rio de Janeiro, Pacoti dava seguimento a uma tradição do Vasco de contratar jogadores do Sport Clube do Recife. Na ordem, Ademir Menezes, Vavá, Pacoti e Juninho.
A máquina de gols do Nordeste andou rodando o mundo. Jogou no Sporting, de Lisboa, Valencia, da Venezuela, e encerrou sua carreira no nosso Ferroviário. Em 2013, foi homenageado pelo Estado do Ceará ao colocar seus pés na calçada da fama na entrada do Estádio Castelão.
Segundo Vavá, o coordenador do livro, o lançamento está previsto para o fim do ano. Não diria que é um gol de placa, mas é um gol de letra. Nossa publicação sobre futebol é pequena. Como já dizia o falecido Nelson Rodrigues, o intelectual brasileiro não sabe bater um escanteio.
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