Logo O POVO+
A história e gênese da paradinha: entre Pelé e Jael
Foto de Sérgio Redes
clique para exibir bio do colunista

O ex-jogador Sérgio Redes, ou

A história e gênese da paradinha: entre Pelé e Jael

Rei do Futebol inventou o recurso na batida de pênaltis na década de 1960, usado e abusado por craques até 2011. Jael, com uma cavadinha, deu uma versão repaginada ao Ceará
FORTALEZA, CE, BRASIL, 25-09.2021: Jael. Ceara x Chapecoense, na Arena Castelão pelo Campeonato Brasileiro. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO) (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves FORTALEZA, CE, BRASIL, 25-09.2021: Jael. Ceara x Chapecoense, na Arena Castelão pelo Campeonato Brasileiro. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO)

Nervos de aço não faltaram a Jael na hora de bater o pênalti que redundou no gol da vitória do Ceará. Até aquele momento, o goleiro da Chapecoense tinha pegado tudo. Bola que ia para dentro, bola que ia para fora, quando o árbitro marcou aquela falta marota.

Enquanto o Var se comunicava com o árbitro, ele botou a bola debaixo do braço e ficou perto da marca penal. Ficou parado e ansioso igual a todo mundo, esperando as decisões da equipe de arbitragem. Pênalti confirmado! Jogadores fora da área penal e da meia-lua.

Jael colocou a bola na marca do pênalti e se posicionou alguns metros atrás dela. O árbitro apita. O batedor iniciou um trote lento e nos últimos três metros acelerou e correu. Freou quase em cima da bola, e, abriu o compasso com a perna direita como se fosse chutar com força.

Iludido pelo movimento do batedor, o goleiro escolheu o lado e mergulhou em direção à trajetória da bola que imaginara. Foi em vão. Não saiu nem na foto. Ao invés do chute forte no lado esquerdo, como o batedor havia prometido, a bola entrou devagarzinho no outro canto.

Dependendo do batedor, as cobranças de pênaltis variam. Tem aqueles que dão um chute forte no meio da meta na esperança de que o goleiro caia para um dos lados. Outros fecham os olhos e dão uma pancada forte, esperando que o goleiro não tenha tempo de se mexer.

Tem também os que preferem bater a meia altura ou rasteiro nos cantos do goleiro. Todo esse pessoal batia pênalti sem olhar para o goleiro. Quem percebeu que era necessário duelar com o goleiro foi Pelé. Não lembro de nenhum outro jogador que tivesse criado a "paradinha".

Ela consistia em correr olhando para o goleiro e, no milésimo de segundo que antecedia o toque a ser dado na bola, verificar para qual lado o goleiro tinha ido. Um verdadeiro duelo. A "paradinha" em cima da bola no momento do chute passou a ser um recurso do batedor.

Pelé inventou a "paradinha" em 1960. Durou 50 anos. A partir de 2010, a Fifa a proibiu. Não pode fingir com o pé o toque na bola. No percurso pode simular uma série de movimentos. Foi o recurso que o Jael usou ao bater pênalti contra a Chapecoense.

 

Foto do Sérgio Redes

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?