O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
Estava sentado num bar da Varjota quando o psiquiatra José Gurgel deu seu grito de guerra. "Vozão!" Respondi com um sorriso. O Ceará tinha acabado de vencer o Fluminense por 1 a 0. Resultado que deixava o clube afastado seis pontos da zona de rebaixamento.
Vi o jogo pela televisão e, embora compreenda a importância da conquista de pontos nessa fase final da competição, gosto de observar a qualidade individual dos jogadores, bem como o entendimento entre eles. Por conta de alguma experiência no ramo, fico fazendo conjecturas.
Gosto de ver o Erick jogar. Muito habilidoso e atrevido. Joga com a perna esquerda pelo lado direito. Seu marcador geralmente é canhoto, como ele, e o seu drible da esquerda para dentro vai ao encontro da perna direita do seu adversário, que fica sem reação.
E assim vai driblando, de fora para dentro, até ficar numa situação que vislumbre a meta, e aí chuta com a parte interna do pé esquerdo no lado direito do goleiro. A bola não tem entrado porque tem ido fora ou então o goleiro consegue espalmar a bola para o lado.
O centroavante deverá estar posicionado do lado oposto ao Erick para pegar o rebote do goleiro ou até tentar uma antecipação. Aprendi essas coisas com o Marciano. Para quem não o viu jogar, tratava-se de um jogador técnico e letal. Sua movimentação na área era singular.
Quando a bola chegava pelos lados e era possível esperar um cruzamento, ele entrava na área e escapava da marcação do adversário fingindo que ia para um lado e ia para o outro. Tipo um ziguezague. Caso a bola o encontrasse, estava livre para a finalização. Foi um dos grandes artilheiros do futebol brasileiro.
Tirando esses detalhes técnicos que fazem a minha cabeça, fiquei impressionado com o espírito de luta apresentado pelo Ceará. Numa partida em que precisava da vitória, começou dominando o jogo, fez um gol aos 6 minutos e perdeu um jogador por expulsão aos 28 do primeiro tempo.
Com um jogador a menos, o Ceará resistiu, resistiu e resistiu. Entrega admirável de seus jogadores multiplicados dentro do campo, na busca de uma vitória conquistada com muito esforço. A torcida reconheceu e incentivou a equipe desde o princípio até o fim.
Natural a alegria no rosto do nosso psiquiatra. Vez por outra, aprendo com ele sobre o futebol e os ramos da árvore psíquica. Falamos do ódio, do medo, mas falamos também do amor, da bravura e da solidariedade. Sentimentos que os alvinegros estão resgatando nesse final de campeonato.
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