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Desde Valdemar Caracas, torcedores do Ferroviário são poucos e especiais
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Desde Valdemar Caracas, torcedores do Ferroviário são poucos e especiais

Cronista rememora encontro com o fundador do clube, na festa de 101 anos de aniversário de Valdemar Caracas. Da irreverência dele veio a de toda a pequena e especial torcida
Entrevista com Valdemar Caracas, fundador do Ferroviário.
Na foto: Valdemar Caracas, fundador do Ferroviário.
Foto: Gabriel Gonçalves, em 09/04/2012 (Foto: Gabriel Gonçalves, em 09/04/2012)
Foto: Gabriel Gonçalves, em 09/04/2012 Entrevista com Valdemar Caracas, fundador do Ferroviário. Na foto: Valdemar Caracas, fundador do Ferroviário. Foto: Gabriel Gonçalves, em 09/04/2012

Vasculhando um baú, encontro uma preciosidade. Um DVD registrando os 101 anos do Valdemar Caracas, comemorados no Raimundo dos Queijos. Na época, eu orientava os alunos do Programa de Esportes da TV Unifor. Expliquei do que se tratava e toparam no ato.

Quando começaram a ver a grandeza do homem, todos queriam escrever o roteiro. Valdemar Caracas morreu com 105 anos. Foi o primeiro cronista esportivo, um dos primeiros vereadores e, como funcionário da Rede Ferroviária Federal, fundou o Ferroviário Atlético Clube.

Lembro que, no dia do seu aniversário, chegamos às 11 horas e a equipe começou a filmar e a entrevistar. O local todo enfeitado de vermelho e preto. Sentado com uma camisa do Ferroviário e ao lado de uma mesa, o aniversariante não chegava para os cumprimentos.

Conhecendo a fera, me aproximei devagarzinho e, quando estava a um metro dele, cochicharam no seu ouvido: “É o Serginho Redes!" Com aquela voz estridente, emendou de primeira: “O Sérgio Amizade! Pensa que joga bola, mas não joga merda nenhuma”.

Com aquela cara sacana, ordenou para um dos netos: “Bota um banco aqui para ele sentar”. Convidou-me para cantar e entoou os versos de uma antiga marchinha. "Nós / nós os Caracas / com as mulheres somos os maiorais / pois na hora do aperto / é dos Caracas que elas gostam mais".

Natural que com um sócio-fundador irreverente, com uma trajetória amparada na simpatia e distante da rivalidade que envolve o Ceará e o Fortaleza, o Ferroviário passasse a ser o segundo time de todo o mundo. Os torcedores de raiz são poucos e especiais.

Aqui, na Beira Mar, na turma da gente, pode-se sentir os efeitos dessa simplicidade e dessa relação fraterna. Temos quatro torcedores do Ferrim. O Fred é um deles. Ele é quem organiza todas as festas. Bastante solidário é companheiro de todas as horas.

O Lucas é o jornaleiro. Vez por outra veste a camisa do Ferroviário. Com a sua banca, defronte ao Clube Náutico, orienta a todos dizendo quem passou quem não passou. Segundo o Tião, corintiano de escudo e carteirinha, o Lucas é o farol da Beira Mar. Ilumina a todos.

Foto do Sérgio Redes

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