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E Pelé disse "Love! Love! Love!"
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

E Pelé disse "Love! Love! Love!"

Todos queriam ver o Rei do Futebol. Na África houve uma trégua entre a guerrilha e o governo para que pudessem vê-lo jogar
Tipo Crônica
Nesta foto de arquivo tirada em 31 de outubro de 1990, Pelé abre os braços ao receber os aplausos de uma multidão de espectadores durante uma cerimônia em Milão para comemorar seu quinquagésimo aniversário. Familiares acompanharam o lendário Pelé no hospital de São Paulo no dia 24 de dezembro de 2022, onde ele permanece internado com o estado de saúde piorando devido a um câncer, segundo post da filha nas redes sociais.
 (Foto: Gerard MALIE / AFP)
Foto: Gerard MALIE / AFP Nesta foto de arquivo tirada em 31 de outubro de 1990, Pelé abre os braços ao receber os aplausos de uma multidão de espectadores durante uma cerimônia em Milão para comemorar seu quinquagésimo aniversário. Familiares acompanharam o lendário Pelé no hospital de São Paulo no dia 24 de dezembro de 2022, onde ele permanece internado com o estado de saúde piorando devido a um câncer, segundo post da filha nas redes sociais.

Ia escrever sobre o Pelé. Tinha começado a crônica ontem à tarde. Parei para beber água quando a TV estampou: "Urgente! Aos 82 anos de idade, morreu hoje de falência múltipla dos órgãos o cidadão Edson Arantes do Nascimento, o Pelé”. Meu corpo balançou.

Dias atrás tinha visto e ouvido em um desses canais de esporte um comentarista dizendo que Pelé jamais morrerá. Desdobrou-se em elogios e finalizou dizendo que morre o Edson Arantes do Nascimento e Pelé estará sempre vivo na memória de quem o viu jogar.

Entendo o que o comentarista disse e me identifico com ele porque Pelé foi meu ídolo maior. E olha que o mundo esportivo me mostrou e meus olhos viram claramente Muhamad Ali dentro de um ringue e Michael Jordan com uma bola de basquete nas mãos.

Todos os três marcaram minha geração. Dois nortes-americanos e um brasileiro. Em comum, a cor negra da pele carregando essa herança africana das danças, dos movimentos e das magias, que, associadas ao treinamento físico, geram uma estética linda de se ver.

A diferença é que Pelé era nosso. Foi ele que viajou, como se fosse um embaixador brasileiro, jogando para as plateias do mundo dizendo "love, love, love". Todos queriam ver o Rei do Futebol. Na África houve uma trégua entre a guerrilha e o governo para que pudessem vê-lo jogar.

Disputando uma partida amistosa na Colômbia, contra a seleção olímpica local, o árbitro o expulsou do campo. Os torcedores reagiram e começaram a gritar: "Pelé! Pelé! Pelé!". Não teve outra saída. Os promotores do jogo trocaram o árbitro e, sob os aplausos, Pelé voltou ao campo.

A fama de Pelé era tanta que tinha um time argentino, San Lorenzo D`Almagro, que se proclamava “Los Hermanos de Pelé”. O time se vestia de branco como o Santos, jogava bonito, distribuía brindes e seus torcedores cantavam “Y ya los ve/son los hermanos de Pelé”.

Certo dia, o San Lorenzo convidou o Santos para um amistoso. Um jogo entre irmãos. Teve banda, troca de camisas e o jogo começou. O Santos não teve a menor gentileza. Tome um, dois, três, e o Santos ganhou de 7 a 1. No dia seguinte, a manchete de um jornal argentino: “Pelé é filho único”.

Foto do Sérgio Redes

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