O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
Ia escrever sobre o Pelé. Tinha começado a crônica ontem à tarde. Parei para beber água quando a TV estampou: "Urgente! Aos 82 anos de idade, morreu hoje de falência múltipla dos órgãos o cidadão Edson Arantes do Nascimento, o Pelé”. Meu corpo balançou.
Dias atrás tinha visto e ouvido em um desses canais de esporte um comentarista dizendo que Pelé jamais morrerá. Desdobrou-se em elogios e finalizou dizendo que morre o Edson Arantes do Nascimento e Pelé estará sempre vivo na memória de quem o viu jogar.
Entendo o que o comentarista disse e me identifico com ele porque Pelé foi meu ídolo maior. E olha que o mundo esportivo me mostrou e meus olhos viram claramente Muhamad Ali dentro de um ringue e Michael Jordan com uma bola de basquete nas mãos.
Todos os três marcaram minha geração. Dois nortes-americanos e um brasileiro. Em comum, a cor negra da pele carregando essa herança africana das danças, dos movimentos e das magias, que, associadas ao treinamento físico, geram uma estética linda de se ver.
A diferença é que Pelé era nosso. Foi ele que viajou, como se fosse um embaixador brasileiro, jogando para as plateias do mundo dizendo "love, love, love". Todos queriam ver o Rei do Futebol. Na África houve uma trégua entre a guerrilha e o governo para que pudessem vê-lo jogar.
Disputando uma partida amistosa na Colômbia, contra a seleção olímpica local, o árbitro o expulsou do campo. Os torcedores reagiram e começaram a gritar: "Pelé! Pelé! Pelé!". Não teve outra saída. Os promotores do jogo trocaram o árbitro e, sob os aplausos, Pelé voltou ao campo.
A fama de Pelé era tanta que tinha um time argentino, San Lorenzo D`Almagro, que se proclamava “Los Hermanos de Pelé”. O time se vestia de branco como o Santos, jogava bonito, distribuía brindes e seus torcedores cantavam “Y ya los ve/son los hermanos de Pelé”.
Certo dia, o San Lorenzo convidou o Santos para um amistoso. Um jogo entre irmãos. Teve banda, troca de camisas e o jogo começou. O Santos não teve a menor gentileza. Tome um, dois, três, e o Santos ganhou de 7 a 1. No dia seguinte, a manchete de um jornal argentino: “Pelé é filho único”.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.