Embora estivesse com 11 pontos, o que lhe garantiria uma classificação para se manter na primeira divisão e disputar a Copa Sul-Americana, o Fortaleza precisava de uma boa atuação e de uma boa vitória para espantar umas bruxas que queriam pousar no Pici.

Os resultados que precederam a parada de dez dias por conta da Data Fifa deixaram o torcedor tricolor de orelha em pé. Uma derrota na Venezuela, um empate na Bahia e outra derrota para o Botafogo no Rio. E o pior! Três jogos disputados e nenhum gol.

A mídia esportiva e os torcedores caíram de pau. Futebol tem dessas coisas e, quando as vitórias desaparecem, as bruxas aparecem em forma de gente. Antigamente vinham pelo rádio, jornal e TV, hoje em dia ampliaram ainda mais seus espaços com as redes sociais.

Utilizando as vitórias e as derrotas e explorando o sensacionalismo provocado por esse efeito catalizador, o comentarista de resultados se sobrepõe a qualquer outro. Se uma equipe é vitoriosa, se derramam em elogios. No caso de derrotas, procuram-se os culpados.

Suas informações caminham como se um fogo nascido na sua voz percorresse um rastilho até atingir em cheio o coração do torcedor. Incendiado pela paixão e encontrando eco na voz do comentarista de resultados, o torcedor não admite reflexões e não analisa os fatos.

Não tenho dúvidas que o Leão vinha mal devido ao excesso de jogos, viagens, hotéis, aeroportos e competições. O desgaste físico estaria prejudicando a atuação dos jogadores dentro de campo. Pois bem, após dez dias de descanso, o Fortaleza voltou a campo.

E venceu o Cruzeiro, em Minas, por 1 a 0. Penso que o bom resultado foi conseguido graças à marcação. Onde tinha um jogador do Cruzeiro com a bola, lá estavam dois ou três do Fortaleza dobrando ou triplicando a marcação. Leão com fome é um perigo.