![Foto de Sérgio Redes](https://www.opovo.com.br/_midias/jpg/2022/02/04/290x290/1_sergio_redes-18029621.jpg)
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
Está vivo na minha lembrança o vídeo dos jogadores do Fortaleza agredidos e machucados dentro do ônibus que os levaria de volta ao hotel. Com essas imagens na cabeça, lembrei de um estudo de caso que fizemos, perguntando a quem morasse nas imediações do Estádio Presidente Vargas se gostavam do bairro.
O Benfica tem suas características. Abriga a Universidade Federal do Ceará. Natural a frequência de gente de todas as idades, que se divertem nos seus equipamentos culturais, nas praças, nas feiras, nos bares e restaurantes. Aqui e acolá surge um prédio de apartamentos, destoando de um bairro repleto de casas e árvores.
Tinham uma reclamação. O bairro virava um pandemônio às quartas, aos sábados e domingos. O encontro dos fins de tarde, quando se botavam as cadeiras nas calçadas para conversar, dava lugar a uma massa de torcedores que estacionavam seus carros na frente das casas.
O que teve de brigas e confusão por ali não cabe na língua dos moradores. Lembro que um aluno apresentou seu trabalho com a sugestão de que o estacionamento saísse das ruas do bairro e que se aproveitasse um enorme terreno quase em frente ao estádio.
O terreno era do Exército (10º GAC). Na época, conversei algumas vezes com o Fares Lopes, presidente da Federação Cearense de Futebol, que gostou da ideia, mas o assunto morreu com ele. Hoje em dia, diminuíram os jogos no PV, mas quando tem, a barra pesa.
Pode parecer estranho que num momento que a delegação do Fortaleza é atacada, com bombas e pedras, por criminosos travestidos de torcedores, eu encontre violência na descrição dos fatos acima. Na verdade, eu quero mostrar que quanto menos cidadania, mais violência.
Essa violência que irrompe nas cidades e se abriga nos clubes de futebol não se dá por acaso. Ela é produto do ambiente onde vive o homem. Tem lugar que estimula o instinto de sobrevivência, daí surge à necessidade de luta, e a violência vem junto com a revolta.
O leitor Júlio Ramon Ponte relata que, segundo Freud, a pulsão pelo amor e pelo ódio coabita dentro de nós. Tem tudo a ver, mas vou ficar com a letra do samba do Paulinho da Viola: "Se o homem nasceu bom/ e bom não continuou/ a culpa é da sociedade que o transformou".
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