Carioca de nascimento, mas há décadas radicado no Ceará, Sérgio Rêdes — ou Serginho Amizade, como era conhecido nos campos —, foi jogador de futebol na década de 1970, tendo sido meia de clubes como Ceará, Fortaleza e Botafogo-RJ. Também foi técnico, é educador físico, professor e escritor. É ainda comentarista esportivo da TVC, colunista do O POVO há mais de 20 anos e é ouvidor da Secretaria do Esporte e Juventude do Estado
O falecido Gentil Cardoso já dizia: "Se a bola é feita de couro, se o couro vem da vaca e se a vaca come capim, então a bola gosta de rolar na grama"
Foto: Daniel Galber - Especial para O Povo
Léo Condé, técnico do Ceará
Embora tenha iniciado o campeonato nacional com bons resultados e alcançado boas colocações, surpreendendo a todos, é visível a queda de produção do Ceará. Perdeu os três últimos jogos para Corinthians e Mirassol, no Castelão, e Internacional, em Porto Alegre.
Escrevi que as vitórias surpreenderam a todos porque havia e persistem dúvidas quanto à qualidade do elenco. Mesmo com essas dificuldades, o técnico Léo Condé conseguiu dar um certo padrão de jogo, mas a sucessão de jogos vão revelando as dificuldades.
O passe é um deles. Uma condição necessária para que se faça um gol é a posse da bola. E a bola deve ser passada de pé em pé. O falecido Gentil Cardoso já dizia: "Se a bola é feita de couro, se o couro vem da vaca e se a vaca come capim, então a bola gosta de rolar na grama".
Embora a bola não seja mais revestida de couro, o ensinamento permanece vivo na cabeça dos técnicos modernos. A troca de passes rasteiros entre jogadores, incluindo goleiro e zagueiros, é de suma importância para fazer a transição da defesa para o ataque.
E aí é necessário precisão no passe e saber tocar a bola de primeira. Imagino que a posse de bola do Ceará melhore quando Dieguinho, Lucas Lima e Lourenço jogarem juntos no meio de campo. Mudança tática que nunca verei porque Léo Condé gosta do contra-ataque.
Não sei até quando vai essa sina alvinegra. Marcar, marcar e marcar e aguardar uma ou outra bola lançada sobre a área adversária na esperança de que Pedro Raul, que vive isolado como se fosse um Robinson Crusoé numa ilha deserta, cabeceie a bola e faça um gol.
Para construir um jogo coletivo poderia começar com o Beabá de Gentil Cardoso, que já tinha sacado, à frente do seu tempo. É dele! "Quem se desloca recebe, quem pede tem preferência". Essa observação sugere que as triangulações devem se repetir pelo campo.
O Ceará tem dificuldades em atacar pelo lado direito devido ao estilo dos seus jogadores. Sugiro que quando um jogador tiver a posse da bola, outros dois se aproximam. Um pede a bola, mas quem se desloca é quem recebe. Quando não tiver a posse da bola, a equipe deve triplicar a marcação.
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