Comentarista de resultado, comentarista moderno, comentarista das antigas
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Carioca de nascimento, mas há décadas radicado no Ceará, Sérgio Rêdes — ou Serginho Amizade, como era conhecido nos campos —, foi jogador de futebol na década de 1970, tendo sido meia de clubes como Ceará, Fortaleza e Botafogo-RJ. Também foi técnico, é educador físico, professor e escritor. É ainda comentarista esportivo da TVC, colunista do O POVO há mais de 20 anos e é ouvidor da Secretaria do Esporte e Juventude do Estado
Comentarista de resultado, comentarista moderno, comentarista das antigas
Cronista tergiversa sobre as variedades de comentaristas de futebol nos tempos de hoje
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Os narradores e comentaristas de rádio com seus microfones encantavam os ouvintes com uma linguagem simples e comovente criada pelos próprios torcedores
Durante um bom tempo o comentarista de resultados foi um dos meus personagens prediletos. Nem precisava ver os jogos. De olho nos resultados e de posse das informações, incendiava os corações dos torcedores explorando a vitória ou a derrota.
No momento, meus olhos se voltam para o comentarista moderno. Ele é exclusivo das redes de televisão e quando faz um podcast, conteúdo áudio digital semelhante a um programa de rádio distribuído pela internet, explica o que é o futebol de hoje em dia.
E tome entrega, comprometimento, protagonismo, compactação, recomposição, aprender a sofrer, jogo apoiado, sistema híbrido, pivô, ponto futuro. Enfim palavras que vão se adequando as situações e criando um novo vocabulário no futebol.
O futebol tem mudado e embora o mercado seja sua estrela guia são notórias as melhoras das condições de saúde, a evolução dos métodos de treinamento, as condições de espaço e segurança dos campos de futebol. O desenvolvimentos das capacidades mentais e as estatísticas.
Devido ao excesso de jogos, produto de um calendário que está se lixando para a saúde dos jogadores, a “entrega” — que antigamente significava ir na bola como se fosse em um prato de comida — é uma das palavras mais utilizadas pelos comentaristas modernos.
Gosto dos comentaristas das antigas. Além de me identificar por conta da idade, me encanto com a visão estética do jogo. Não basta vencer. É preciso jogar bem. A vitória é um dado estatístico, enquanto a bela jogada está guardada na mente do torcedor.
Eles viveram numa época em que éramos os reis do futebol e não se tinha desespero por dinheiro. Os narradores e comentaristas de rádio com seus microfones encantavam os ouvintes com uma linguagem simples e comovente criada pelos próprios torcedores
O poeta Carlos Drumond de Andrade escreveu sobre essa sensibilidade no seu livro “Hoje É Dia de Futebol”, publicado em 2002 pela Editora Record e republicado em 2014 pela Cia das Letras: “O difícil e extraordinário não é fazer mil gols como Pelé. É fazer um gol como Pelé.”
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