Carioca de nascimento, mas há décadas radicado no Ceará, Sérgio Rêdes — ou Serginho Amizade, como era conhecido nos campos —, foi jogador de futebol na década de 1970, tendo sido meia de clubes como Ceará, Fortaleza e Botafogo-RJ. Também foi técnico, é educador físico, professor e escritor. É ainda comentarista esportivo da TVC, colunista do O POVO há mais de 20 anos e é ouvidor da Secretaria do Esporte e Juventude do Estado
Foto: Samuel Setubal
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 16-08-2025: Pedro Raul Jogo Ceará x Bragantino pelo Campeonato Brasileiro Serie A na Arena Castelão. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)
Anos atrás se dizia que um bom time de futebol começava por um goleiro, um zagueiro, um volante, um armador e um centroavante. Segundo os entendidos, esses jogadores deveriam ser os melhores e formavam o que se chamava a espinha-dorsal da equipe.
Os sistemas táticos da época 3-4-3, 4-2-4 e 4-3-3 davam suporte a essa afirmativa. Alguém poderá perguntar: e o meia Pelé? E o ponta Garrincha? Desculpe! Caro leitor, estamos escrevendo sobre humanos e sistemas de jogo. Os dois citados acima transcendiam. Eram gênios.
Voltemos à normalidade. Com a evolução dos métodos de treinamento e a melhoria das condições de saúde, os jogadores de hoje correm mais que coelhinho de desenho animado. O conceito que determinava a ocupação de posições deu lugar a outro conceito de funções múltiplas.
Sinal de que os especialistas vão desaparecendo. O meia-armador sumiu. Centroavante de referência? Aquele garapeiro que ficava esperando uma bola para botar para dentro tende a se extinguir. Ansioso para ver a bola entrar na meta adversária, o torcedor clama por um homem-gol.
Foi o que levou o Ceará ao contratar o Pedro Raul. E o jogador até que tem correspondido, mas basta passar algumas partidas sem fazer gols e as críticas aparecem. No jogo de sábado passado, contra o Juventude as chances apareceram e, para o desespero alvinegro, a bola não entrou.
Esse jogo deixou lições. Embora tivesse o domínio das ações, os alvinegros esbarraram numa concentração de adversários dentro do seu próprio campo, o que diminuiu a área de ação e limitou bastante as finalizações. Numa jogada de contra-ataque, o Juventude fez 1 a 0 aos 48 minutos do segundo tempo.
O apagar das luzes no Castelão acendeu uma lanterna amarela em Porangabuçu. Embora ocupe o 11º lugar no campeonato nacional, os torcedores estão apreensivos. Em 21 jogos realizados sofreu 20 gols e fez 19. A equipe marca bem e tem deficiência no ataque.
Daí a desconfiança. A espinha-dorsal expressa na linguagem popular do que um bom time precisa, e a configuração dos sistemas que divide os setores em defesa, meio do campo e ataque, gera reflexões. A movimentação entre os jogadores é tão intensa que sugere não haver posições e sim funções.
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