Trabalhar com direitos humanos é um exercício diário de reflexão e é essa reflexão que trago hoje para este espaço. Muitas vezes, me deparo com as contradições da humanidade que, apesar de todos os avanços, ainda carrega tantos preconceitos, desigualdades e injustiças. Para nós, que estamos imersos na luta por justiça social, olhar para o próximo com atenção é mais do que um gesto de cuidado: é um dever. Defender os direitos humanos é exatamente isso. Parece simples e, em certo nível, é de fato fácil de compreender. Mas está longe de ser um consenso.
Na última terça-feira (12), o calendário nacional lembrava o Dia dos Direitos Humanos. Na Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih), foi mais um dia intenso de trabalho, marcado pela finalização das atividades da 6ª Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Ceará. Em dois dias de debates e construção coletiva, reunimos representantes de quase todos os municípios cearenses para propor ações em defesa dos direitos da população idosa do nosso estado. Isso também é direitos humanos: participação social e escuta ativa das necessidades da população.
Ainda persiste na sociedade o discurso equivocado de que os direitos humanos seriam uma ferramenta a serviço de quem está fora da lei. Na verdade, tratam-se de garantias universais que asseguram uma vida digna a todas as pessoas. Incluem o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à educação, à saúde, ao trabalho e à participação política. Defender esses direitos é essencial para que possamos consolidar uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática, onde cada indivíduo viva com respeito e dignidade.
Sempre reforço que a Constituição Federal traz direitos fundamentais que garantem a proteção da dignidade humana e asseguram os direitos de todos os cidadãos. O que muitas vezes nos falta é a efetivação desses direitos na prática. Trabalhar para que se tornem realidade é, também, defender os direitos humanos.
Promover os direitos humanos significa, ainda, educar para a empatia, o respeito e a solidariedade. A construção de uma cultura de paz começa no cotidiano, e a responsabilidade, individual e coletiva, de proteger e promover os direitos de todas as pessoas, especialmente das mais vulneráveis, é fundamental. Só assim será possível construir um país onde o respeito à dignidade humana seja concreto, e os direitos humanos sejam compreendidos e defendidos por aquilo que realmente são.