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COP30: a relação entre justiça climática e dignidade
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É secretária dos Direitos Humanos do Ceará. Soma quase 60 anos de atuação no serviço público, dos quais 48 anos foram dedicados ao Ministério Público do Ceará (MPCE), onde foi procuradora-geral da Justiça por cinco mandatos, além de ter tido outras passagens importantes pelo Poder Executivo estadual

COP30: a relação entre justiça climática e dignidade

A COP é um espaço global de diálogo, onde representantes de mais de 190 países, entre governantes, cientistas, empresários e ativistas, se reúnem para buscar soluções conjuntas, o chamado multilateralismo
Tipo Opinião

Os olhos do mundo estão voltados para Belém, no Pará, que em menos de um mês receberá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes - COP30). O tema domina as discussões, afinal, debater sobre o meio ambiente e, mais do que isso, criar soluções para preservar a natureza é urgente e deve mesmo estar no foco das nossas atenções.

O Brasil vive um momento histórico com a realização deste evento em nosso país. Foi no Rio de Janeiro, durante a Rio-92, que a COP surgiu, quando foi assinada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Receber a 30ª edição reforça o papel do país nas discussões globais sobre sustentabilidade.

Assim como os direitos humanos, o meio ambiente é transversal, pois perpassa todas as dimensões da vida em sociedade. Sustentabilidade ambiental é também sobre assegurar os direitos básicos da população, considerando que a degradação do meio ambiente afeta diretamente às pessoas, especialmente as mais vulneráveis. É sobre dignidade humana. Isso foi reforçado este ano, quando um ambiente limpo, saudável e sustentável foi declarado um direito humano pela Corte Internacional de Justiça, tribunal das Nações Unidas.

A COP é um espaço global de diálogo, onde representantes de mais de 190 países, entre governantes, cientistas, empresários e ativistas, se reúnem para buscar soluções conjuntas, o chamado multilateralismo. Questões complexas, como a crise climática, só podem ser enfrentadas coletivamente, para que possamos ter efetividade nas respostas.

Um dos temas centrais da COP30 é a justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas. Quando nos debruçamos sobre essa pauta, reconhecemos que a desigualdade que marca nosso mundo se relaciona também com o aspecto ambiental. Os impactos da mudança climática não são sentidos da mesma forma por todas as pessoas.

Com a ideia “COP na Amazônia, não sobre a Amazônia”, o encontro convida todos à reflexão. Cabe a cada um de nós compreender que proteger o meio ambiente é garantir vida, justiça e dignidade. Essa é, sem dúvidas, uma oportunidade única para transformar compromissos em ações concretas.

 

Foto do Socorro França

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