Mudanças climáticas e educação: iniciando um debate
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ. É mestre em Educação (UFC), doutora em Filosofia e História da Educação (PUC/SP) e tem Pós-Doutorado pela Universidad Nacional de Educacion a Distancia (UNEd), Espanha. Sua trajetória acadêmica registra 84 artigos, 133 capítulos de livros, livros e/ou organização de livros e 70 orientações (Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado)
Mudanças climáticas e educação: iniciando um debate
Cientes da urgência de ampliar o diálogo a respeito das mudanças climáticas, instituições internacionais (Unesco, 2023 e 2024; OCDE, 2024; e Banco Mundial, para citar alguns) têm produzido estudos sobre o tema
Conforme esperado, Donald Trump, uma vez empossado, retirou novamente os Estados Unidos do Acordo de Paris e de compromissos relativos à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Má notícia para o mundo, que se vê na urgência de enfrentar os desafios decorrentes das múltiplas faces da crise ambiental. O debate sobre o tema ainda é incipiente no Brasil, de modo particular, no campo da educação.
Cientes da urgência de ampliar o diálogo a respeito da matéria, nos últimos dois anos, instituições internacionais (Unesco, 2023 e 2024; OCDE, 2024; e Banco Mundial, para citar alguns) têm produzido estudos sobre o tema.
Empenhadas em disseminar tal conhecimento, organizações da sociedade civil — movimento Todos pela Educação, Banco Master, Instituto Terra Firme e D3e — se associaram para traduzir e sintetizar tais documentos, examinando a pertinência de tal argumentação para o país. O esforço resultou em uma nota técnica disponível online (Ver: d3e.com.br), assinada por mim, que começa a ser disseminada no país.
Ao suscitar a reflexão, esses atores estratégicos visam motivar os responsáveis pela formulação de políticas públicas, tanto os governos (federal, estaduais e municipais) como o poder Legislativo. A intenção é discutir e encaminhar soluções para os problemas associados às emergências ambientais e seus efeitos sobre o acesso, a permanência e a aprendizagem de crianças e jovens na escola.
Tal esforço, porém, será inútil se ficar circunscrito a ministérios, secretarias e gabinetes parlamentares. Requer um movimento deliberado de inserção e adesão da sociedade civil de se apropriar da discussão para definir um grande pacto nacional de enfrentamento dos desastres naturais e em busca de soluções sustentáveis para equacionar problemas decorrentes.
A escola pode vir a ter um papel importante nesse cenário. Disposta a inovar e criar, com apoio financeiro doa poderes público e privado, saberá incluir em seu projeto político-pedagógico ações que contribuam para a formação de cidadãos conscientes e críticos em relação às mudanças climáticas e problemas correlatos.
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