Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ. É mestre em Educação (UFC), doutora em Filosofia e História da Educação (PUC/SP) e tem Pós-Doutorado pela Universidad Nacional de Educacion a Distancia (UNEd), Espanha. Sua trajetória acadêmica registra 84 artigos, 133 capítulos de livros, livros e/ou organização de livros e 70 orientações (Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado)
Foto: Eyad BABA / AFP
Imagem de apoio ilustrativo. Prédio em Gaza atingido por bombardeio israelense
Empatia é palavra que anda escassa e faz falta no cotidiano de nossas relações pessoais, profissionais e políticas. De origem grega, vem de "empatheia', termo formada pela junção de "en" (em, dentro) e "pathos" (sentimento, sofrimento, emoção ou paixão). Refere-se, portanto, à capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e, de tal maneira, sermos capazes de compreender suas emoções, motivações e percepções. Embora o conceito tenha evoluído ao longo do tempo, a essência de seu significado permanece.
Num mundo marcado pela competição, a família, a escola e outras instituições formativas da sociedade pouco abraçam a empatia como um valor universal. Por isso mesmo é necessário falar sobre sua importância no âmbito das relações individuais e coletivas. Como compreender as necessidades deste outro, que nos é estranho e parece indecifrável, se não vislumbrarmos nele a disposição para sentimentos semelhantes aos nossos?
É incomensurável o sofrimento que circula no mundo. Seres depauperados, atingidos por intempéries climáticas, guerras, abatidos pela fome e desabrigo. O próximo-distante que perdeu um filho. O amigo que não encontra inserção profissional. O trabalhador anônimo que varre as ruas sob o sol inclemente. O desconhecido que somos incapazes de desvelar. Que empatia exercitamos junto a eles? Somos capazes de compreender sua dor e estender-lhes a mão? Ou nos refugiamos em nossa indiferença?
A política, em tempos de radicalização, onde vencer é um atributo central, não é terreno fértil ao germe das sementes da empatia. Já imaginaram se os grandes senhores da guerra e do caos exercessem um minuto de empatia por dia? Se saíssem de si para enxergar o outro lado? Gaza não seria uma faixa de sofrimento, fome e morte. O mundo está repleto de outros exemplos semelhantes ignorados. Aqui e alhures.
Em tempos de dissenso, intolerância e disrupção, a empatia, esse atributo raro em nossos dias, é uma chave para o resgate da essência de nossa humanidade. Escutar o outro. Percebê-lo. Ser capaz de compreendê-lo. Aceitá-lo. Este o desafio.
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