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Ecos da COP 30
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Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ. É mestre em Educação (UFC), doutora em Filosofia e História da Educação (PUC/SP) e tem Pós-Doutorado pela Universidad Nacional de Educacion a Distancia (UNEd), Espanha. Sua trajetória acadêmica registra 84 artigos, 133 capítulos de livros, livros e/ou organização de livros e 70 orientações (Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado)

Ecos da COP 30

.Se jovens e autoridades foram ouvidos na COP 30, protagonistas importantes foram esquecidos. Os professores, sob cuja responsabilidade estão as ações em defesa do ambiente no âmbito escolar, têm importante papel na mitigação dos efeitos do clima
Tipo Opinião
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Marina Silva destaca avanços na COP30, mas reconhece progresso modesto (Foto: Bruno Peres/ Agência Brasil)
Foto: Bruno Peres/ Agência Brasil Marina Silva destaca avanços na COP30, mas reconhece progresso modesto

A COP 30 representou um marco no diálogo mundial sobre o clima. Nela estiveram presentes líderes mundiais, jovens estudantes e toda sorte de movimentos e participantes em favor de causas associadas à biodiversidade, sustentabilidade, preservação de florestas, dentre outras.

O megaevento foi vitrine internacional de destaque para o Brasil e a Amazônia, onde até o final da conferência o governo federal havia custeado $787 milhões. Houve insatisfações diversas com a falta de avanços em relação às metas globais do Acordo de Paris, à redução de emissão de gases de efeito estufa, sem esquecer problemas de infraestrutura. Até fogo no pavilhão da ONU e um final pleno de controvérsias foram destaque.

Algumas ausências chamaram atenção em meio ao festivo cenário. Uma delas foi um debate amplo sobre o papel da educação em cenários de mudança climática. O MEC e o UNICEF marcaram presença tímida no evento e a mídia não focalizou o assunto. Uma pesquisa em jornal de circulação nacional revelou que de 2.662 resultados sobre o tema "COP30", nenhum abordou a educação. O que explicaria tal silêncio?


Ora, sabe-se que uma forma de mudar a atitude perante toda e qualquer situação requer conscientização acerca de problemas e desafios. A escola é um palco privilegiado para, através da educação ambiental crítica, formar cidadãos cientes e dispostos a agir e intervir de forma positiva no enfrentamento dos desafios climáticos e da preservação da natureza. A participação das famílias e da comunidade escolar tem importante papel neste cenário. Exemplos no mundo e no país mostram a importância de escolas verdes para uma vida melhor no planeta.

Se jovens e autoridades foram ouvidos na COP 30, protagonistas importantes foram esquecidos. Os professores, sob cuja responsabilidade estão as ações em defesa do ambiente no âmbito escolar, têm importante papel na mitigação dos efeitos do clima. Os ecos da COP 30 fazem pensar. É preciso rever e fazer avançar este debate.

O documento "O impacto das mudanças climáticas na educação: iniciando um debate" (Todos pela Educação. D3E. 2024) aponta um caminho.

Foto do Sofia Lerche

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