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Sobre gostar de política
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Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..

Sobre gostar de política

ELEIÇÕES NAS REDES SOCIAIS - CAPA EPISÓDIO 2 (Foto: OP+)
Foto: OP+ ELEIÇÕES NAS REDES SOCIAIS - CAPA EPISÓDIO 2

Queria escrever sobre Política de maneira amena. Pois enxergo a atividade muito mais do que um grupo de pessoas querendo enriquecer ou em busca de obras com licitação já acertada, para ficar com parte que faz muita falta para a comunidade. Enxergo a política para além de homens e mulheres cercados de leões de chácara que só aplaudem e gravitam em torno do poder, que é efémero, embora muitos nem notem.

Enxergo a política como a arte do diálogo, que faz acordos sem perder a essência e sem nunca deixar de reconhecer que o adversário também tem seus atributos. Um dia a gente ganha, no outro, o nosso adversário está na ponta. Mas como tudo na vida, tem sua efemeridade.

O jogo deve ser jogado dentro de regras. É inimaginável, inconcebível e inaceitável pensar e tramar para eliminar quem pensa diferente da gente. Na minha política, quem ganha acerta e erra pensando no bem comum e governa para os seus e também para os opositores.

Enxergo a política como algo dinâmico que vai e vem; sobe e desce, muda, se acalma e depois se modifica de novo. A política tem suas surpresas. A política tem reviravoltas. A política tem emoção. Não é somente esse jogo que se mostra sujo, indigno, que afasta as pessoas, que usa mulher como laranja, que desvia recursos da saúde e da educação. Esse é só a ponta que hoje está visível e faz com que a gente rejeite, refute, se desespere e entregue os pontos.

Aprendi a gostar de política com o meu pai, ouvindo conversas tratadas do lado de dentro do balcão de uma bodega no interior do Ceará. Entendi o jogo que dói com minha mãe, que viu o pai ser expulso de uma terra após votar contra o candidato do patrão. Aprendi a gostar de política quando veio a redemocratização e pude votar pela primeira vez, anotando o nome do candidato na cédula. Ainda hoje, carrego o coração batendo forte quando entro na cabine e a máquina faz aquele barulhinho indicando que terminou a operação.

Às vezes, o resultado final não é aquilo que eu desejava, em outras, me arrependo do nome escolhido, mas não desisto de estar lá de novo e jamais vou dizer que todos os políticos são iguais. Todos os políticos são humanos. Semelhantes em muitas coisas, mas diferentes em tantas outras. O desafio é encontrar o equilíbrio e continuar persistindo.

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