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Ainda há esperança
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Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..

Ainda há esperança

Tipo Crônica
Vacinação de idosos em Fortaleza. Foto: Júlio Caesar (Foto: Julio Caesar)
Foto: Julio Caesar Vacinação de idosos em Fortaleza. Foto: Júlio Caesar

Por esses dias, tenho dado muito graças a Deus pela quantidade de mães, pais, avós e avôs que tem passado pelas minhas redes sociais após receberem a vacina que protege contra a Covid-19. Essa alegria, que filhos e netos demonstram, após verem seus idosos recebendo o imunizante, me mostra o quanto somos iguais como seres humanos. O medo que tem nos seguido desde o início do ano passado, aos poucos vai se transformando em sorrisos, lágrimas de agradecimento após uma picada. Nisso, a vacina tem nos tornados semelhantes. A gratidão aparece nas fotos de empresários, atores famosos, médicos, enfermeiros, ou centenas de anônimos que, para alguém, naquele momento, é o ser mais importante do mundo. Isso traz um sentimento bom, em meio a tantas notícias tristes.
O agradecimento dos idosos em depoimentos, que o trabalho dos jornalistas leva para o mundo, tem me deixado com o coração em festa. Muitos deles contam que estão há mais de ano sem abraçar os filhos, os netos. Esse calor humano que a gente não enxerga e cuida em dias normais é o que leva o nosso dia a dia fazer sentido: as reuniões nos almoços de domingo, as conversas nas calçadas de casa, os encontros nas missas e cultos para agradecer e pedir graças no meio de outras pessoas que estão ali com o mesmo intuito, as besteiras ditas no trabalho, o caminhar pelos shoppings entre as lojas escolhendo presentes, a cerveja gelada com os amigos no final da tarde de sábado, a praia no domingo com a quentura do sol e o vento no rosto. Esse é o poder da vida que queremos de volta e só a vacina pode trazê-lo de volta com segurança.
Agora a gente percebe que não tem vacina para todos. Que o País, por meio de um governante que não deseja resolver os problemas, só pensa em passeios de barcos e de jet ski com seguranças ao redor, não foi capaz de se organizar e aproveitar a estrutura que já existe para distribuir as vacinas. Pior, não tem vacina, pois não quis comprar quando devia. Isso dá uma tristeza. Nos torna reféns de um vírus que pode ficar cada vez mais forte e letal. A luta por vacina deveria ser de todos nós, mas porque estamos tão apáticos?
O escritor Paulo Coelho, num post no Twitter, publicado nesta quarta-feira, 17, diz: “O Brasil está sofrendo de uma enfermidade conhecida como Síndrome de Estocolmo. Quanto mais apanha, mais acha normal apanhar.”

 

Se apaixonou pelo algoz. Também entendo que o Brasil deu uma guinada exagerada demais e agora está com vergonha de voltar ao equilíbrio, ao Centro. De qualquer forma, a luta por vacina é um bom começo. Dá esperança para juntar os cacos e recomeçar.

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