Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
A fumaça que tomou conta de Fortaleza, nesta quinta-feira,18, deixando parte da Cidade envolta em fumaça me partiu o coração. As notícias chegavam pelos portais e se espalharam rapidamente pelas redes sociais de minha bolha. Todos lamentando que parte daquela vegetação do Cocó que eu gosto tanto de olhar da janela estava sendo devorado pelo fogo. Pior: o foco atingiu 12 pontos do parque poderia ser criminoso, conforme os bombeiros.
Fiquei a pensar quem desejaria tocar fogo e acabar com a floresta do Cocó. Me veio à mente gente que não tem apreço pelo verde que gosta de prédios altos, concreto, de viver tão intensamente o desejo do ter mais e mais. Pessoas que sequer cogitam imaginar a necessidade que a floresta terá no futuro do menino José Santana, que nasceu no mesmo dia que o parque está incendiando e que foi muito bem recebido lá pelas bandas do Crato, nas terras dos Kariris, para alegria do governador Camilo Santana e Onélia. O nascimento de uma criança é sempre uma alegria. Mesmo em dia de fogo no parque.
Mas essa ideia do homem mau que não quer saber do futuro e é capaz de colocar fogo na floresta que colore de verde parte da Capital é tão inconcebível. Chega a doer de tão perversa. Daqui passo a julgar: quem poderia viver assim?
Pensei a imaginar que o incêndio seria fruto de gente que coloca fogo no monturo, que joga bagana de cigarro da porta do carro sem necessariamente ter a intenção de queimar as árvores ou fazer a malvadeza de olhar o céu da cidade cheia de fumaça e ficar rindo da cara da gente. Eu mesmo passei parte da vida reconhecendo como natural, nesta época do ano, ver meu avô e tios fazendo aceiros para arrumar a terra para plantio à espera do inverno. Hoje não mais.
Divagar sobre quem desejaria acabar com o Cocó me trouxe a uma realidade: nós todos ainda temos um longo caminho pela frente para entender, respeitar e conviver com a natureza. Ajudar nessa educação é missão de todos nós. É um trabalho que já começou para alguns iluminados e que necessita se espalhar para que o simples fato de queimar o monturo, por exemplo, não se transforme numa tragédia. É a labuta que servirá, talvez, para o José Santana. Seja bem-vindo, José. O mundo é bom, mesmo com esta fumaça que hoje a gente enxerga no céu e inala sem querer.
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