
Jornalista, compositor, escritor, humorista, cantor e pesquisador da cultura popular. Escreveu várias composições em parceria com Falcão. É autor do livro
Jornalista, compositor, escritor, humorista, cantor e pesquisador da cultura popular. Escreveu várias composições em parceria com Falcão. É autor do livro
- Zé Lotéro, meu fí! Fique brabo com seu primo Reimundo Nonato, não!
- Nã, mãe! Minino réi ribingudo! Chêi de nó pelas costa!
- Hômi, Reimundo inda tá empenujando, é novim! Por isso é maluvido, azogado...
- Quê? É falta de pêa, mermo! E munta!
- Zé, prestenção!!! Na idade dos teus 10 anos, tu era tão ou mais bunequêro que ele!!!
- Mãe, dêxa de sê besta!!! Eu não era nem nascido quando tinha 10 anos!!!
O menino de Dedé Cocão (porvindouro Dedé Jr.) inda tava no bucho da mãe, regulava uns sete meses, quando Ninita, a dita genitora, combinou com o marido fazer "um tal chá de revelação", que nem rolava nas Aldeota, e assim anunciar o gênero da cria, compartilhando o feliz nascimento com os amigos. A cidade toda sabia ser menino macho, aquele. De resto, era convidar a Curicaca inteira pra festa celebrativa, e chover de presente pro bichim. Encontro marcado pras 15 horas.
Zita Barata Branca, vizinha da direita, intimada a comparecer. Levou uns cueiros pro bebê. Comeu meia tora de bolo com uma coisinha de suco de manga. Às 15h30, já em casa. Marido Chichico, invocado com o mui breve retorno da mulher - e ainda sem entender que diabo era um chá de revelação, indaga do evento. "Prestou?"
- Marrumeno! - respondeu Zita um tanto afobada.
- E esse chá de revelação revelou o quê?
- Que, pelo formato da barriga de Zita, ô menino fêi medonho!!!
A discussão no Bar dos Papudim, moçada já caldeada de Ypióca, era sobre onde queriam que botassem seus nomes, quando morressem, caso algum vereador tivesse a coragem de fazê-lo num "expediente coice de bacurim" (pequeno). Bebem João, Valmir, Doca, Neudo e Braguinha. João é o primeiro a pronunciar-se.
- Queria o meu, um nome de rua: Rua João Batista Libório! Pense!
- Pois o meu será nome de avenida: Avenida Valmir Dantas. É o fraco!
- Pra mim, um beco bastava. Beco do Doca! Hein?
- O meu é naturalmente nome de praça. Praça Neudo José! Tá pôde?
Braguinha, o derradeiro a falar...
- Fico com o cabaré. Cabaré do Braguinha. Pros amigos, a cerveja é de graça!
A história se desenrola na Escócia do século XI. Os generais Macbeth e Banquo (de quem?) retornam vitoriosos duma batalha. No caminho, em busca de casa, peitam três bruxas que fazem adivinhações: Macbeth será um barãozão e depois, rei; os meninos de Banquo vão ficar ali, adjunto dele. Há exatos 400 anos, a chibateante tragédia de William Shakespeare era publicada pela primeira vez. Mas aí, digamos que William tivesse nascido na Irauçuba. Vejamos como ficaria, em cearensês, a tradução dessas passagens:
1ª - "O belo é podre, e o podre, belo sabe ser. Ambos pairam na cerração e na imundície do ar".
EM CEARENSÊS - O bunitim é pôdi, pôdi! Pense numa catinga! Mas o fedorento, na minha mente, é bem parecido. A dupla ficam babatando feito besta, na base do 'nem fede, nem cheira'.
2ª - "Aconteça o que acontecer, o tempo e as horas sempre chegam ao fim, mesmo do dia mais duro dentre todos os dias."
EM CEARENSES - Quero nem saber se peba põe, quero saber é da ninhada. E cabô-se a nêga do doce, nem que a porca torça o rabo.
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