
Jornalista, compositor, escritor, humorista, cantor e pesquisador da cultura popular. Escreveu várias composições em parceria com Falcão. É autor do livro
Jornalista, compositor, escritor, humorista, cantor e pesquisador da cultura popular. Escreveu várias composições em parceria com Falcão. É autor do livro
Dr. Régis jura que é de vera. Eu, particularmente, botei fé. É o causo envolvendo seu Lulu, pai de 10 lindas mulheres - e apenas um homem "faltoso de beleza, coitado". Certa noite, um rapaz, das bandas da Cachoeira, inventou de "fugir" com uma das filhas moças do velho. Todos na localidade tomaram conhecimento do "roubo da menina de Lulu" e a fofocagem comeu de esmola.
- Caba corajoso esse! - disse um.
- Merendou antes do recreio, vão ter que juntar os 'pano' de bunda! - falou outro. - E é na delegacia!
- Filha bulida, noiva vestida! - comentou mais aquele.
Fato é que, passada uma semana, o fujão se apresentou acabrunhado a seu Lulu, temendo represália dele e/ou do filho fêi. Chegou à fazenda de braço dado com a jovem. Para espanto do "rabo de burro", o genitor da dezena de beldades disputadas na região fez foi frescar com o póbi:
- Hômi! Como é que tu teve um trabalho desses, roubando logo a Antônia, quando a casa aqui tá cheia delas!?! Tinha a Núbia, a Gracinha, a Silvana, a Marlene, a Dalva Lúcia...
Procópio Straus, companheiro de Colégio Júlia Jorge nos idos de 1970, hoje morando na Lagoa da Tanupaba, escreve pra falar do "triste e super liso Durval", um vizinho dele que, subitamente repaginado, anda dizendo a meio mundo que é "um homem feliz". Uma mudança e tanto operou-se ali.
"Macho, a gente inteira daqui sabia que o Durval não tinha um pau pra dar numa gata. Pobre na forma da lei, um sem-real do primeiro ao quinto. Desses que dia e noite lamentava a condição de lascado, pebado. Ocorre que, do nada (do nada!!!), algo milagroso aconteceu e o sujeito - ainda liso, no ponto de passar o verniz - deu em proclamar-se ditoso e próspero! Pode? Fui à casa dele tirar a potoca a limpo.
- Ó o serviço, Durval! Cuma-lhe vai?
- Bem, Procópio! A que devo a honra?
- Vim saber porque, duma hora pra outra, tu anda se pabulando que é alegre, venturoso!
- É que Neusa, minha mulher, tendo já ligado as trompas, pariu um menino! Acredita?
- Tu que tá dizendo...
- A pedido de vó, com quem sonhei e recebi pedido, botei nele nome de artista, pra vencer.
- Por isso tu agora é um afortunado, entendi. E quem é esse menino tão poderoso?
- José de Arnold e Schwarzenegger!!!
Macho, eu mal terminei de falar com ele e só ouvi foi Neusa gritar do quintal:
- Durval!!! Corre no quarto e balance a rede de Nêgo*. Bichim tá chorando!!!
* Nêgo é como carinhosamente chamavam Schwarzenegger em casa.
O amigo Marcelo Vaquejada, "coiffeur" de gabarito no Centro-Sul do estado, manda vídeo com outra estripulia do Vô Abel dele. "O véi tinha uns esquemas nuns bairros aqui em Cedro. E apesar de vó viver na cola dele, o homem do nada sumia, que nem rato de gaveta". O episódio me lembra um certo padre - celebrante dominical na Lagoa Seca - que, igualmente do nada, sumia depois da missa das 10h e só voltava pra liturgia das 18h. Um dia, tomou umas zinebra a mais e o sermão foi dos mais risíveis.
- Impriquitai, meus amados, impriquitai quando o falso profeta vier com a conversa mole de que é chegado o fim dos tempos. Eu, na condição pastor de ovelhas na terra e construtor de esperanças no Céu, lhes digo: impriquitai, meus amados, impriquitai!
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