
Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
A Sala São Paulo é um espaço perfeito para apresentações inesquecíveis, a exemplo da ocorrida na última terça-feira. O espaço São Paulo Expo é adequado para missões contundentes, a exemplo da apresentada também esta semana. A Sala São Paulo, com a acústica sublime, ressoou a mistura de brasilidades produzida pelo instrumental Sexteto Aurum. No São Paulo Expo brilhou a FutureCom, em sua 30ª edição, ressoando a mistura de inteligências e ousadias que compõem o mundo cada vez mais tecnológico brasileiro.
O Sexteto Aurum é composto pelos jovens Luiz Gabriel (trompete), Guilherme Carvalho (sax e flauta), Renan Saldanha (trombone), André Kusmitsch (piano e carisma), Andrew Caetano (contrabaixo) e Vinícius Teixeira (bateria), mas é formado principalmente pelo Brasil de João Donato, Guilherme Arantes, Arismar do Espírito Santo, Gilberto Gil e outros apresentados na noite do dia 30.
Esse mesmo Brasil, que às vezes desacreditamos, reuniu cerca de 300 fortes marcas e mais de 30 mil profissionais para realizar a FutureCom que, para você entender do que é formada, precisa saber que, em determinado momento, eu estava em um painel sobre Letramento digital e Educação conectada, mas à minha direita o debate era sobre ameaças emergentes e tendências de segurança. À minha esquerda, Saúde 5.0 e bem-estar. Mais a frente ainda havia "30 anos em O1? Telecom e IA", além de outro que eu não enxerguei bem.
Todos esses assuntos são fatias tecnológicas, são nichos de mercado, são áreas de estudos acadêmicos, pesquisa, inovação, muita oportunidade de crescimento, desenvolvimento em busca de soluções, mas são partes de um mesmo corpo que é a digitalização da vida. Também entra automação dos processos, corrida pela melhor filigrana tecnológica, mais rápida, mais eficaz, empacotada para atingir escala, empregando gente, capacitando jovens, demandando micro soluções, despertando startups, construindo marcas grandes. Uma orquestração.
Camila Murta, líder do GT de compras públicas da Abes falou em "um abismo social" a ser vencido, a fim de que a infraestrutura permita que a tecnologia chegue às pessoas. Também ouvi de Cristiane Pimentel, membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE)) que, falando sobre a modelagem de gêmeos digitais no monitoramento das águas da chuva a fim de quem elas não causem catástrofes, pode-se aplicar o modelo ao ambiente urbano. Estamos então diante de uma forma preditiva de atacar problemas históricos.
A propósito, o IEEE se apresenta como a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Não é pouca coisa. Registre-se que foi o instituto que convidou essa coluna para presenciar tanta riqueza de conhecimento.
E por falar em riqueza, o Instagram do Sexteto Aurum tem menos de mil seguidores. Muita gente ainda precisa conhecer esse tesouro. Os membros do sexteto são jovens que margeiam os 20 anos de idade. Mas gostam de Moacir Santos, compreendem a profundidade do jazz, e misturam Amazônia, Sertão, Avenida Paulista de tal forma que muitas divergências impossíveis convergem para uma grande possibilidade musical.
A sétima música executada pelos garotos foi Coisas do Brasil, do paulista Guilherme Arantes. O debate sobre o fomento do setor de datacenters que tramita no Congresso é "Coisas do Brasil". Saber que vários adolescentes se juntam para criar uma banda instrumental, é "coisas do amor". Aurum, FutureCom, "que bom te encontrar".
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