Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Está disponível no Youtube do O POVO a mais recente edição da live do Tecnosfera, onde conversei com o cearense Afonso Alcântara, criador de uma nova rede social: poosting. Uma rede onde o algoritmo não empurra conteúdos, promete Afonso. O feed é organizado conforme publicação cronológica, cujo conteúdo some em 24 horas. Com 11 meses de atuação, declara três milhões de usuários (as), distribuídos em 160 países.
No poosting troca-se o seguidor por aliado. Há uma moeda, o poost coin, que viabiliza doações, além de funcionar como “programa de vantagens” para acúmulo e troca de serviço. A usabilidade é boa, e nos faz perguntar o que desejamos ao aderir a uma rede social. A resposta vem com uma reflexão: a poosting quer ser uma mistura do antigo Orkut com o antigo twitter – aquela coisa de diário eletrônico sem pressão por sucesso. Era tudo muito leve. Até que fomos transformados em mercadorias. E passamos a comprar versões inexistentes de nós mesmos. Todos ricos, saudáveis, treinados, viajados e jovens. Além de mentirosos.
Um “Escudo Europeu da Democracia” foi apresentando essa semana. Trata-se de uma estratégia por meio da qual a Europa busca combater aqueles processos de desinformação que desestabilizam em massa.
Quer proteger seu processo eletivo que vem sendo fustigado pela turma extremista - aquela turma identificada pelo discurso de que nada presta, e a promessa de acabar com tudo porque assim, sabe-se lá como, fica melhor.
E aí é preciso aceitar que alguns países e corporações querem influenciar a escolha dos dirigentes de determinadas nações para facilitar seus negócios. Simples assim. Com a dificuldade de concentração das pessoas, e o bombardeio de comunicação por diversos meios, separar o joio do trigo ficou difícil. Os recursos de produção de mentiras usando IA ficaram mais baratos e as metodologias de viralização também se sofisticaram.
A Europa então vem avançando no óbvio: fortalecer um escudo a partir da responsabilização do Google, Microsoft, Meta e TikTok, que serão obrigados a detectar e rotular conteúdos gerados por IA ou aquelas informações que manipulam inverdades tentando criar um sentimento de massa maior que a racionalidade. Importante lembrar que nas últimas eleições, o Brasil, por meio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), chamou os partidos para colaborar com essa luta. Todos os partidos assinaram documentos se comprometendo com seis atitudes. Pouquíssimos fizeram algo de fato.
Não estamos falando de uma prosaica Fake News. Estamos falando de uma profunda e eficaz estratégia de enganação de milhões, para viabilizar ou potencializar negócios de poucos.
A Feira do Conhecimento que acabou há pouco mostrou que quer ser gigante e impactar o Estado. A gente torce para que consiga. É bom para todo mundo. A edição desta edição declara cerca de 25 mil visitantes. É pouco e é muito. É muita gente nos corredores, mas é pouco para um estado com 9 milhões de habitantes - que precisam prestigiar e compreender que está naqueles corredores as soluções das nossas mazelas históricas. Foram 58 caravanas formadas por estudantes e professores da capital, da Região Metropolitana e de municípios como Amontada, Palmácia, Quixeramobim, Jaguaribara e Jijoca de Jericoacoara. Os R$ 29,4 milhões em potencial de investimentos, fruto das rodadas de negócios, convivem harmoniosamente com a abertura abrilhantada pelo espetáculo Mobilis, do Balé da Edisca. A tecnologia é invenção humana, e precisa da humanização para se aproximar das pessoas, derrubando os muros que existem entre um saber sofisticado e o acesso a ele.
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