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Não seja cringe: entenda as gerações Alpha, Z, Y, X e baby boomer
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Graduada em Administração (UFC), especialista em Neuromarketing (Unifor) e gestora de marketing há mais de 10 anos, atuando em empresas multinacionais e nacionais, tais como Unilever e DeVry Brasil, dentre outras

Não seja cringe: entenda as gerações Alpha, Z, Y, X e baby boomer

Como atender às expectativas das 5 gerações que coabitam e cocriam o mundo atualmente? É fundamental dialogar tanto com a geração do seu público quanto com aquela que o influencia, sob o risco da sua marca ser taxada de cringe nos próximos memes das redes sociais
Tipo Opinião
Vídeo do canal Aff The Hype fez sucesso nas redes sociais (Foto: Reprodução Instagram @affthehype)
Foto: Reprodução Instagram @affthehype Vídeo do canal Aff The Hype fez sucesso nas redes sociais

Acredito que você, assim como eu, riu muito dos memes cringe que dominaram a internet na última semana. Foi cômico ouvir a geração Z taxar como vergonhosos comportamentos e ícones célebres da geração Y (millennials), tais como usar emojis em conversas de WhatsApp, gostar de Friends e Harry Potter e até ser fã de café.

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Esse movimento nas redes sociais me fez refletir sobre uma discussão que Philip Kotler propõe no livro Marketing 5.0: como atender às expectativas das 5 gerações que coabitam e cocriam o mundo atualmente?

Sim, existem 5 gerações ativas no mundo hoje:

  • Baby boomers
  • Geração X
  • Geração Y
  • Geração Z
  • Geração Alpha

Cada geração é moldada por ambientes socioculturais diferentes, que influenciam as experiências de vida e visão de mundo das pessoas que a compõem. Por isso, é muito difícil que uma marca consiga servir a gerações diferentes.

Segmentar a atuação de uma marca a determinada geração, por outro lado, é um dilema. Isso porque as gerações Baby Boomer e X têm o maior poder de compra. Enquanto o equity das marcas (seu valor percebido) é construído junto às gerações Y, Z e Alpha, que têm alta influência na decisão de compra de seus pais e familiares das gerações anteriores.

Por isso, proponho um mergulho para conhecer as gerações e suas expectativas. Isso vai ajudar a definir a melhor estratégia de mercado para seu negócio.

Os baby boomers nasceram entre 1946 e 1964. Na adolescência, foram protagonistas das grandes transformações sociopolíticas das décadas de 1960 e 1970. A economia do pós-guerra estava em expansão, permitindo que eles conquistassem muita força econômica.

Com os avanços da ciência, eles também estão vivendo mais e de forma mais saudável; possibilitando que trabalhem por mais tempo e sigam ocupando cargos de alta liderança. Os entraves disso é que eles costumam ser avessos a novas tecnologias e fiéis às tradições do mundo dos negócios.

A Geração X, por sua vez, nasceu entre 1965 e 1980. São filhos de pais e mães que trabalhavam fora e, alguns deles, já divorciados. Isso fez com que passassem mais tempo com seus amigos e quebrassem percepções tradicionais sobre a família.

Eles viveram sua adolescência imersos nas incertezas da década de 1980. Sua vida profissional foi marcada por transformações tecnológicas constantes, como a migração da TV para o DVD; do walkman para o CD e então para MP3; até o crescimento da internet e a migração desses formatos para streaming.

Essa geração ocupa hoje a maior parte dos cargos de liderança, tanto em grandes organizações quanto em novos negócios, que eles fundaram quando os Baby Boomers embarreiraram sua ascensão profissional ao retardar a aposentadoria.

A geração Y nasceu entre 1981 e 1996, a maior parte filhos da geração Baby Boomer. Eles têm maior nível educacional e vivências culturais mais diversas que as gerações anteriores. Foram apresentados à internet ainda crianças, por isso as redes sociais e as tecnologias digitais fazem parte da sua vida pessoal, não apenas profissional.

Devido à maior educação, diversidade e exposição a conteúdos, essa geração é mais cabeça aberta e idealista. Questiona os hábitos das gerações anteriores, provocando conflitos por não seguir as tradições. É altamente influenciada por seus pares; mas não compra tanto quanto as gerações anteriores, já que prefere viver experiências do que adquirir bens. Mistura vida pessoal e profissional, buscando felicidade e auto realização através do trabalho.

Já a geração Z nasceu entre 1997 e 2009, quando a internet já era mainstream. Eles veem a tecnologia e a conectividade como parte indispensável do dia a dia. São mais conscientes financeiramente, pois cresceram acompanhando os desafios financeiros de seus pais, da geração X, e irmãos mais velhos, da geração Y.

São menos idealistas e mais pragmáticos; isso faz com que rejeitem marcas que pintam um mundo mais belo do que realmente é. Entendeu as críticas cringe agora?!

Eles valorizam a personalização, a customização e o controle da forma como consomem produtos e serviços, como no menu de conteúdos da Netflix. Também são mais preocupados com a sustentabilidade e buscam, através de suas decisões cotidianas, gerar transformações sociais e ambientais. Espera-se que, já em 2025, se tornem a maior força de trabalho e ganhem destaque na segmentação de produtos e serviços.

A Geração Alpha, por fim, nasceu entre 2010 e 2025. É filha da Geração Y, que casou mais tarde e em situação econômica mais estável, podendo se dedicar mais à paternidade e à educação dos filhos. Essa geração aprende sobre finanças desde cedo e cresce em ambientes urbanos de alta diversidade e rápidas mudanças.

Usam tecnologia como uma extensão de si mesmos e estão mais abertos a conteúdos de marca, como análises de brinquedos no YouTube. Pesquisas do Google/Ipsos já indicam que 74% dos pais da geração Y já envolvem seus filhos, da geração Alpha, nas decisões domésticas.

Deu pra perceber como as gerações têm visões de mundo e expectativas diferentes? Por isso, é impossível oferecer um produto ou serviço que atenda a todas elas. Porém, é fundamental dialogar tanto com a geração do seu público quanto com aquela que o influencia, sob o risco da sua marca ser taxada de cringe nos próximos memes das redes sociais.

PS: você percebeu que estou falando de Marketing 5.0? Tem muita empresa fazendo Marketing 2.0 até hoje, então fica atento pra não se tornar cringe por estratégia de negócio.

Foto do Themisa Pimentel

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