
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) reafirmou nesta quinta-feira, 10, que planos de “devolver” o Hospital Maternidade José Martiniano de Alencar para a Polícia Militar do Ceará (PMCE) não provocarão qualquer fechamento ou redução de leitos ou serviços da unidade para a população em geral por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A informação acaba divergindo do que era inicialmente anunciado pelo governo Elmano de Freitas (PT), que sinalizava transição do hospital para atendimento exclusivo de agentes de segurança. Em reunião do Comitê Estadual da Saúde realizada em 4 de fevereiro deste ano, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) afirmou que "todos os serviços prestados pela unidade" continuariam existindo, mas com "remanejamento" para "outras instituições".
A Sesa, no entanto, reforçou nesta quinta-feira, 10, que todos os atuais 80 leitos da unidade continuarão para atendimento da população em geral. A nova iniciativa, no entanto, irá readequar o hospital para oferecer “atendimento especializado” aos militares, sobretudo em questões de emergência.
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“Em reconhecimento ao trabalho essencial das forças de segurança, o Governo do Estado está promovendo uma readequação do Hospital para proporcionar um atendimento especializado aos militares e, ao mesmo tempo, garantir a manutenção e a qualidade dos serviços prestados à população cearense por meio do SUS”, diz a pasta.
“A Sesa e a PM trabalham em conjunto para definir o cronograma de atividades e os trâmites necessários à adequação da gestão. A Secretaria reitera que a unidade seguirá funcionando com 80 leitos para o atendimento aos usuários”, continua a nota. Nesta sexta-feira, 11, pacientes e servidores da saúde planejam uma manifestação na frente do hospital, nos moldes de outra ocorrida em junho passado.
Nesta quinta-feira, os secretários Chagas Vieira (Casa Civil) e Tânia Mara (Saúde) divulgaram vídeo nas redes desmentindo boatos de que a unidade seria desativada pelo Estado. “É mais uma fake news, mas nós vamos desfazer as mentiras que ficam plantando aí, de alguns políticos que fazem da mentira e do ódio a sua prática diária”, diz Chagas.
“Isso é mentira, o governo não vai reduzir um serviço sequer do Hospital Martiniano de Alencar (...) o que o governador Elmano está fazendo é, reconhecendo o trabalho das nossas forças de segurança, a singularidade dessa profissão, desses guerreiros que arriscam a vida para proteger a população, é justamente para que eles pudessem ter um tratamento específico no hospital, que sempre os pertenceu”, diz.
A fala é corroborada pela secretária da Saúde. “Fizemos uma articulação com a PM e o hospital vai passar para a gestão da polícia. Entretanto, teremos atendimento para a população do SUS (...) não vamos fechar a porta para a população, e dos 80 leitos do Hospital José Martiniano, nenhum será reduzido”, afirma Tânia Mara.
Fundado em 1939 como Hospital Central da Polícia Militar do Ceará, a unidade foi rebatizada e incorporada à Sesa em 2011, no governo Cid Gomes (PDT). Na época, foi conduzido extenso estudo pelo ex-secretário Arruda Bastos destacando benefícios da incorporação da unidade ao SUS. A ideia agora é “devolver” a unidade à corporação.
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