
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O "casamento" entre o deputado federal André Fernandes (PL) e o grupo de Ciro Gomes (PDT) parece ter chegado ao fim. Anunciado por Roberto Cláudio às vésperas do dia dos namorados, em junho último, esse esboço de aliança foi precocemente rompido pelo dirigente do PL no Ceará. Ao jornalista Vítor Magalhaes, do O POVO, Fernandes confirmou o desquite: "O PL terá candidatura própria ao Governo do Ceará e ao Senado".
Poucas semanas atrás, porém, o parlamentar e o também deputado Carmelo Neto festejavam "matrimônio" com RC e Ciro, alçado rapidamente à condição de "noiva" cobiçada. O enlace, já se sabia, dependia de muitas variáveis, entre as quais os sentimentos de um terceiro: Jair Messias Bolsonaro, a quem não agradava essa relação.
Fernandes foi categórico na recusa a consumar união com RC e Ciro. Trata-se de reviravolta na posição que havia assumido um mês antes, quando o ex-ministro elogiou o deputado Alcides Fernandes (PL), cotado para o Senado.
Como retribuição, o pedetista ouviu amabilidades de Fernandes, que o considerou "inteligente" e "preparado", acrescentando que era hora de "deixar os egos de lado". Esse flerte, todavia, não teria sido bem recebido por aliados.
E agora o divórcio, oficializado apenas alguns dias depois de RC haver caçoado de Elmano de Freitas (PT) ao dizer que "do outro lado já parece um casamento em crise: traição, promessa não cumprida, mentira, muita desconfiança".
"Quando é casamento novo", brincou o ex-prefeito, "a gente só quer estar pregado, querendo se conhecer melhor". A dúvida é se o desfecho impulsivamente comunicado por Fernandes é definitivo ou só da boca pra fora mesmo.
A se confirmar, um dos efeitos da decisão de Fernandes é rachar a oposição, cujos movimentos caminhavam em sintonia, como sugeria uma reunião no escritório do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), padrinho do bloco.
Para esse campo político, o risco é repetir erros de 2022, quando os adversários do "camilismo" apresentaram mais de uma alternativa para concorrer com a força do Abolição e acabaram dando com os burros n'água.
Ciro Gomes se manifestou pela primeira vez sobre o tarifaço de Trump. Entre a crítica ao lulismo e o ataque ao bolsonarismo, tachando o ex-presidente de burro, o ex-ministro manteve disposição de se situar numa via que já se mostrou estreita em 2022.
Esse equilibrismo de Ciro se reflete ainda nos arranjos do tabuleiro local, como se vê na reação de André Fernandes ao declarar que o PL terá candidato próprio ao Governo na esteira da peça do pedetista desancando o ex-presidente.
Para os aliados do ex-capitão, não existe a dualidade consagrada entre disputa nacional e estadual. Daí a dificuldade de convergência com quadros como Ciro, que tentam fazer uso recreativo de um bolsonarismo sem Bolsonaro.
Aprendizado: o canal da FDR no YouTube transmite na segunda, 21, a partir das 11 horas, a masterclass "Jornada do Carisma", com o empresário e gestor de carreiras Wladson Sidney. O objetivo da formação é "mostrar um caminho para despertar o carisma autêntico e se destacar nos ambientes pessoal ou profissional".
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