
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
Tenho a impressão de que encostei num fio político desencapado na última coluna, que trata da corrida pelo Senado e do destino do chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, cotado para uma das duas vagas. Lá pelas tantas, disse que o interesse pelas posições na chapa governista é alto, e não exagerava. Prova disso foram as mensagens de lá e cá no fim de semana, em relação às quais é possível assegurar que, embora lideranças da base de Elmano de Freitas neguem, o desenho da composição que vai para a disputa começa a ganhar contornos. E nem falo de Chagas - ou não apenas. Mas da vice Jade Romero (MDB), por exemplo, cujas articulações indicam trabalho de olho na cadeira de deputada federal - para seu lugar, há possibilidade de acomodação de um filiado ao PSB.
E aí começam os arranjos. Com Jade fora da vice, que sigla passaria a ocupar o assento? A depender do entendimento com o senador Cid Gomes, o PSB (Lia Gomes ou Ivo Gomes, irmãos de Cid, não estão totalmente descartados).
Mas a escolha dependeria ainda de um aval de Elmano, cuja preferência seria, até onde se sabe, por um quadro com quem já mantém laços na gestão - é o caso de Chagas, hoje desempenhando função estratégica dentro do Executivo.
O cenário se torna mais complexo quando se salta de 2026 para 2030, ano em que o petista, se vencedor, sairia do Governo para concorrer a mandato (de senador?). Alçado a titular, o (a) vice seria forte concorrente à recondução.
A esta altura, o parafuso dá outra volta, já que o nome indicado agora, na hipótese de sucesso nas urnas, tenderia a ser o candidato do condomínio governista quatro anos depois - isso considerando-se que faça boa administração.
Daí que a cadeira do(a) companheiro(a) de chapa de Elmano no pleito de 26 seja tão ou mais importante do que as de senador, especialmente para quem ainda alimenta planos de reaver um poder político de outros tempos.
Só nessa perspectiva é que talvez faça sentido a tese segundo a qual Júnior Mano (PSB) seria o "bode na sala" e que Cid desejaria mesmo era a vice - se não com um Ferreira Gomes, quem sabe com Fernanda Pacobahyba, do PSB.
Lideranças da oposição ironizaram receio do governo de que o bloco permaneça coeso. "Dá para entender o medo que o governo está tendo dessa união", brincou o deputado estadual Lucinildo Frota (PDT).
Dirigente do União, Capitão Wagner descartou possível desgaste nessa aliança com o PL de André Fernandes, pivô do ruído no grupo depois de afirmar que seu partido não apoiaria nem Roberto Cláudio nem Ciro Gomes ao Governo.
À coluna, Wagner respondeu que "o momento exigiu esse posicionamento do André" e que "em breve sentaremos novamente para discutir o assunto", ou seja, as tratativas para um palanque único da oposição seguem avançando.
Literatura: o cearense Pedro Guerra, autor do excelente "O maior ser humano vivo" (Record), desembarca na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) nesta semana. Na quinta, 31, às 19h, participa de uma mesa ao lado do celebrado escritor italiano Sandro Veronesi ("O colibri"), com transmissão ao vivo pelas redes. (Colaborou Camila Maia, especial para O POVO)
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