
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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A cassação da chapa dos deputados estaduais do PL cearense por fraude da cota de gênero deve voltar à pauta do TSE em agosto. Sob relatoria do ministro Antônio Carlos Ferreira, o julgamento dos recursos apresentados pelas defesas de Carmelo Neto, Alcides Fernandes, Marta Gonçalves e Silvana Oliveira foi adiado em dezembro do ano passado. Com a retomada da apreciação, a tendência na corte seria de confirmação da perda dos mandatos desses parlamentares, conforme decisão do TRE-CE, ainda em maio de 2023. De lá para cá, advogados do PL apresentaram, na sequência, embargos de declaração ao próprio TRE-CE e pedido de suspeição de um dos membros do pleno do tribunal – todos negados tanto no âmbito local quanto no do TSE.
Caso o TSE chancele a cassação da chapa do PL, impondo perda de mandato, os efeitos sobre a legenda de André Fernandes seriam difíceis de contornar às vésperas de uma eleição. Alcides, por exemplo, é cotado ao Senado.
Mais votado do Ceará, Carmelo transferiu a direção da sigla para Fernandes antes do recesso. À coluna, uma fonte atribuiu o movimento à expectativa de que os desembargadores estão inclinados a endossar a punição.
Um revés no TSE fragilizaria um amplo setor da oposição na disputa pela sucessão do governador Elmano de Freitas em 2026, isto é, o grupo mais diretamente ligado a Fernandes (Alcides é pai do deputado federal) e a Carmelo.
Mas teria consequências também para o ex-prefeito do Eusébio Acilon Gonçalves, casado com a deputada Marta Gonçalves. Dirigente do PL estadual em 2022, Acilon seria o responsável pela distribuição de recursos para candidatos.
À frente da relatoria da ação, o magistrado Antônio Carlos Ferreira tem perfil mais duro. Logo, não se espere que ele divirja do entendimento do pleno do TRE-CE, que aprovou a cassação do bloco por margem mínima de votos: 4 a 3.
Tampouco é cogitado novo adiamento no exame da causa. A cassação já se arrasta desde 2023. Nesses dois anos, houve mudança de relator – o anterior era o cearense Raul Araújo, que votou pela absolvição de Jair Bolsonaro.
O deputado federal Domingos Neto caiu do cavalo, mas continua em alta como o mais novo cotado ao Senado entre a quase dezena de interessados dentro do governismo. Filiado ao PSD, o parlamentar seria alternativa a Júnior Mano (PSB) na chapa.
A conta é a seguinte: alçado a candidato, Domingos contemplaria o PSD e a família Aguiar (o pai, Domingos Filho, é secretário de Elmano), liberando espaço na nominata para federais ano que vem, tão cobiçada quanto a senatorial.
Falta combinar só com o senador Cid Gomes (PSB), cuja posição segue firme em defesa da candidatura de Mano ao Senado, mesmo depois das operações da PF em endereços do congressista, deflagrando o clima de "barata voa".
Câmara de Fortaleza: a CMFor volta aos trabalhos hoje, 1º de agosto, com sessão solene a partir das 9 horas. Na pauta, a entrega da reforma do plenário pelo presidente Leo Couto (PSB). Prefeito da Capital, Evandro Leitão (PT) fará balanço dos seis meses de gestão no Paço e projeções para o segundo semestre.
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