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Ibama notifica Prefeitura de Jijoca por obra que "escavou" praia de Jericoacoara
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Ibama notifica Prefeitura de Jijoca por obra que "escavou" praia de Jericoacoara

Além de embargo determinado pela SPU, órgão também irá apurar se houve irregularidade ambiental em obra que criou barreira com buracos e pedras na praia
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Obra embargada na Praia de Jericoacoara (Foto: Divulgação/SPU)
Foto: Divulgação/SPU Obra embargada na Praia de Jericoacoara

O Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) no Ceará notificou nesta terça-feira, 18, a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara sobre obra de contenção do avanço do mar que era tocada pela gestão na faixa de praia da aldeia de Jericoacoara.

A ação, que construía uma “barreira” física com buracos e pedras na orla da vila, foi suspensa na segunda-feira, 17, pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) no Ceará. Paralisada, a intervenção também será alvo de apuração interna do Ibama que avaliará possíveis irregularidades ambientais no caso.

“Ocorreu ali uma intervenção que, em princípio, a gente percebe que ela foi indevida, na medida que não tinha ali nenhuma indicação de estudos ou de regramento. Evidentemente que, do ponto de vista do Ibama, a gente tem a cautela de primeiro fazer uma notificação, para dar oportunidade à Prefeitura de fornecer os documentos a fim de comprovar ou não a regularidade da obra”, diz Deodato Ramalho, superintendente do Ibama Ceará.

Ele destaca que a notificação não traz qualquer prejuízo ao embargo determinado pela SPU, que é quem dá a palavra final sobre obras em áreas de patrimônio da União. “Embargadado já está, agora demos o prazo de cinco dias para, avaliando a situação, averiguar se houve agressão ambiental na intervenção”, afirma.

Segundo a coluna noticiou no último sábado, 15, a obra já vinha sendo denunciada pelo deputado Renato Roseno (Psol), que aponta ausência de licenciamento ambiental ou de estudo de impacto ambiental na região. Na prática, a Prefeitura estava construindo “barreiras” com buracos e pedras para conter o avanço do mar na região.

A ação era autorizada apenas por um ofício da própria Prefeitura de Jijoca, que determinou uma "manutenção corretiva" emergencial da área, com construção de "estrutura física provisória de contenção". No ofício, a gestão classificava a intervenção como de “baixo impacto ambiental”, a partir de uma "estrutura executada em pedra, destinada á proteção de taludes contra efeitos erosivos causados pelo fluxo de água do mar".

O Conselho Comunitário da Vila de Jericoacoara, no entanto, protestou contra a ação, destacando laudos ambientais que já apontavam a baixa efetividade deste tipo de ação. Além disso, questionavam se a obra possuía interesse de beneficiar diretamente alguns empreendimentos da orla, o que acabaria prejudicando outras áreas da faixa de praia.

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