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Sempre falo e escrevo sobre o amor e não poderia deixar passar em branco esse grande desamor que me angustia. Não é sobre política, é sobre a maldade e o descaso com os povos indígenas que quero questionar. Essa foto que abre o texto é de quando os Yanomamis eram felizes e saudáveis. As imagens atuais vocês têm visto em cenas de extrema pobreza, doença, violência, morte, eu não quero repeti-las pela imensa tristeza que me causa.

Quero sonhar de novo com cenas que vi quando visitei Amazonas, Roraima e o Pará em 2003, quando fui Coordenadora Nacional da Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde. Éramos idealistas e entusiasmados com lindos e fervorosos projetos e trabalhos com as comunidades carentes.

O que aconteceu conosco? Por que paramos de lutar por eles? Por que desistimos de falar e viver o amor verdadeiro? Em que momento nos transformamos em pessoas frias, egocêntricas e imbecilizadas com ideias absurdas de governar sem compromisso com as pessoas fragilizadas.

Este é um belo domingo de sol e confesso que não consegui me animar para minha caminhada na praia. O que ainda me consola é saber que muitos acordaram hoje, também preocupados com o mundo desumano que estamos vivendo.

Desta vez, não vou pedir para vocês refletirem sobre seus relacionamentos amorosos, mas sobre o verdadeiro amor, por si, pelos outros e por todos nós. Bom domingo!