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PF revistou carga de sal no Pecém
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PF revistou carga de sal no Pecém

Vistoria.
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Mesmo com mais de 140 câmeras espalhadas pelo pátio e em todos os seus ambientes internos e externos, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) teve uma história recente de suspeita de droga em contêineres já prontos para exportação. Aconteceu no início deste ano. Também nada foi divulgado, como no episódio do contentor refrigerado que sairia do Porto do Mucuripe recheado de cocaína.

No Pecém, uma carga de sal marinho, algumas toneladas, chegou a ser retida para vistoria minuciosa de urgência. A indicação à Polícia Federal era a de que no meio do produto estivesse escondido um carregamento menor de cocaína. Qual seria a quantidade ilícita, não foi informada.

O caso é confirmado pelo diretor de operações do porto, Waldir Sampaio. Ele não quis revelar o nome do proprietário do sal inspecionado nem o destino. As principais rotas que saem do Pecém seguem para Europa e Estados Unidos. A Superintendência Regional da PF também confirmou o episódio ao O POVO - apenas, e não repassou nenhum dado a mais.

O produto viajaria em contêineres, mas acondicionado internamente em big bags, que são sacolões gigantes que suportam até uma tonelada e meia. Os agentes federais estiveram no porto à época. Eles que deram o alerta à administração. Foram com a ordem judicial de busca e apreensão e a suspeita mirando para aquele carregamento de sal específico.

Na inspeção, o scanner não teria acusado nada nos contêineres destacados, além do próprio sal. A desconfiança do pessoal da PF e Receita Federal se espalhou para outros contentores e vários foram examinados em seguida, segundo o diretor. Não havia droga em nenhum deles. A diligência teria surgido de denúncia anônima.

"Mesmo assim quiseram fazer a vistoria física. Lembro que fizemos a desova do contêiner. Foi separada a carga. Tudo foi derramado no chão e nada", relembra Sampaio. Os PFs levaram cães farejadores para a operação. Quatro câmeras, segundo o diretor, permaneceram apontadas para o local utilizado. Amostras foram encaminhadas para a perícia da Polícia Federal, que só então teria desfeito a suspeição.

Em 17 anos, desde que o porto do Pecém foi inaugurado, o histórico que veio a público sobre cargas que estariam camuflando drogas é mínimo. É o que também diz Waldir Sampaio - que trabalha no local desde o primeiro ano e ocupa a diretoria de operações desde 2011. "Não lembro de casos", disse inicialmente o gestor, sendo depois rememorado sobre o dia em que um carregamento de móveis para exportação foi flagrado com cocaína embutida.

No dia 6 de maio de 2003, a Polícia Federal fez a maior apreensão já divulgada no Porto do Pecém. O registro foi de cerca de 50 quilos de cocaína descobertos em pacotes dentro de uma cômoda, de um carregamento de quase 80 móveis rústicos (de cipó) que seria embarcado para a Bulgária pelo Atlântico. Coincidente ao episódio do porto do Mucuripe, da droga flagrada num contêiner refrigerado vazio, também foi por acaso. No Pecém, a droga caiu no chão quando o móvel estava sendo deslocado. À época não houve divulgação de prisões sobre o caso. 

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