A carga de 5,7 toneladas de explosivos, roubada por criminosos e recuperada pela Polícia Civil, foi negociada por membros de facções rivais. O material, que estava em poder do Comando Vermelho, havia sido tomado durante assalto, em 21 de dezembro último, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Foi apreendido na Capital, nos bairros Jangurussu e Granja Lisboa, nos dias 5 e 16 deste mês, respectivamente.
Os locais estavam servindo como depósitos clandestinos de explosivos. Lá, segundo O POVO apurou, as facções estariam montando os artefatos utilizados nos ataques e vendendo, cada um deles, por cerca de R$ 6 mil. Entre os "clientes" estariam membros da rival, Guardiões do Estado. Em trégua, os rivais teriam se unido para praticar os atentados.
"É fato que as três facções se uniram. E vai da conveniência deles dizerem que são de uma ou outra facção. São soldados. Pagando ou não, eles seguem orientações deles (facções). Alguns farão ataque até de graça, por gratidão", confirma um membro do alto escalão da SSPDS.
Em entrevista coletiva, concedida na ocasião da apreensão na Granja Lisboa, o próprio secretário André Costa, sem citar o nome das fações, afirmou que a recuperação da carga havia encerrado a venda de artefatos entre facções.
"Essa parte de facção que tinha negociado carga roubada de explosivos... Esses explosivos que estavam sendo negociados e, em alguns casos, foram usados nesses ataques, essa carga foi toda recuperada", disse, ao assegurar que estava recuperada toda carga roubada e que estava sendo negociada por esses grupos.