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Especialistas defendem alinhamento de ações; banco de dados está em fase de criação
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Especialistas defendem alinhamento de ações; banco de dados está em fase de criação

Contra a seca. Informação
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Tipo Notícia

A diversidade de fontes provedoras para a instalação de sistemas de dessalinização é apontada como principal fator de dificuldade para a elaboração de dados mais precisos sobre a demanda, utilização ou mesmo da existência desses equipamentos no Ceará. Neste cenário, especialistas ouvidos pelo O POVO defendem a criação de procedimentos que sistematizem e centralizem essas informações.

Para o hidrogeólogo e coordenador-executivo da CPRM em Fortaleza, Mickaelon Vasconcelos, que atua no desenvolvimento de tecnologia hidrológica e geológica básica, voltada à sustentabilidade ambiental, se faz necessária uma maior integração entre os governos Federal, estadual e municipal.

"Há uma sobreposição de ações quando o ideal seria o alinhamento. É difícil porque ninguém pode forçar uma prefeitura a fornecer determinadas informações. E quando se muda a gestão, geralmente, se perde o que havia sido feito anteriormente. As informações desencontradas complicam o processo de gestão hídrica", defende Mickaelon.

Analista de desenvolvimento rural, recursos hídricos e meio ambiente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nicolas Fabre considera que a desinformação ocasiona desperdício de tempo, foco e recursos.

"Com essa seca de cinco anos, houve uma demanda exponencial de atendimento de carro-pipa e perfuração de poços. Isso sobrecarregou os órgãos, pois essas demandas exigem o mínimo de estudo: condições do solo, da água, prioridades dos locais de perfuração. Daí a importância de dados eficientes, centralizados e atualizados", diz.

Para suprir parte dessa necessidade, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos Hídricos (Funceme) comunicou ao O POVO que amplia, junto à Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Atlas dos Recursos Hídricos do Ceará.

O sistema disponibilizará mapas interativos e dados geoespaciais, gerados pela Secretaria dos Recursos Hídricos e suas vinculadas, para determinar a localização de poços profundos, vazão, rota dos carros-pipa e sistemas de dessalinização. As informações serão estruturadas, organizadas e publicadas na internet ainda este ano.

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