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Sobre o que me abastece"
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Sobre o que me abastece"

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Caminhar na avenida Barão de Studart, no sentido praia, ainda quando o sol surge tímido, quase às seis da manhã. Respirar devagar e sentir a brisa em um dos poucos horários aonde o vento é frio. Obrigo-me a fazer a caminhada duas vezes por semana. No trajeto, anoto os planos do dia, as metas, os desejos. Essa é uma das formas que encontrei de sentir Fortaleza. Vejo, assim, a cidade na sua forma mais leve e generosa que, apesar de tantos problemas, me entrega mais do que pede.

No entardecer da maior parte dos sábados, a roda de samba que embala o Mercado dos Peixes também faz meu coração bater tranquilo. Naquele momento, ao lado dos amigos de bem, Fortaleza me preenche com um fôlego de esperança e alegria. "Levar meu corpo junto com meu samba", canto a letra de Alcione na certeza de que, ali, estou no meu lugar. São nessas formas tímidas e serenas que a cidade vai me abastecendo de coisas boas, do que eu preciso. Na esperança de que dias melhores vão chegar para nós. Eles sempre chegam.

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