Com águas consideradas poluídas e a repercussão de décadas de invasões e despejos de esgotos industrial e doméstico, o Rio Cocó aguarda o lançamento de proposta que prevê despoluição das águas do manancial. O POVO solicitou dados sobre a balneabilidade do Rio para o órgão responsável, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), que não informou quantificação exata dos pontos do rio. Dados de anos anteriores estimam poluição de 100%.
A Semace disse que realiza monitoramento das condições ambientais do rio, baseado na Resolução Conama 357/2005. São monitorados oito pontos, abrangendo desde as proximidades da nascente até a foz do rio. "Por estar inserido em área de entorno com alto grau de antropismo e elevada densidade demográfica, as fontes poluidoras do referido manancial são difusas e de difícil quantificação. As cargas poluidoras apresentam natureza predominantemente sanitária, além do aporte no rio de percolado originado do lixão do Jangurussu, atualmente desativado", afirmou a superintendência por meio de nota.
Leonardo Borralho, articulador das unidades de conservação da Secretaria do Meio Ambiente, reforça que o projeto Pacto pelo Cocó deve ser lançado ainda este ano e tem seis eixos de atuação: navegabilidade e balneabilidade, conservação da biodiversidade, educação ambiental, monitoramento e fiscalização ambiental, ecoturismo e esporte e lazer.
"Do ponto de vista técnico já existe um consenso do que deve ser feito, uma captação de recursos é importante e é importante também que seja uma pauta da sociedade que seja um eixo político", reforça Borralho. Ele afirma que além das ações de limpeza há investimento em reforço das matas ciliares.