Um novo modelo de ciclofaixa foi implementado, em Fortaleza, para garantir maior segurança de quem tem, no pedal, uma das formas de locomoção. A primeira ciclofaixa zebrada da Capital foi instalada no Mondubim. À esquerda do sentido da via, ela não é uma faixa de ciclistas comum e traz uma novidade: ao lado do traçado, há uma outra pintura, em listras (por isso a referência ao animal zebra) e com tachões refletivos (conhecido como tartaruga). O intuito é evitar que atropelamentos e colisões aconteçam a quem usa a bicicleta.
Ali, foram implementadas duas áreas de uso exclusivo da bicicleta com o formato zebrado: uma de 3,3 quilômetros, no sentido do Mondubim/ Bonsucesso, e a outra, no sentido inverso, de 3,7 quilômetros. O trecho funciona em binário: tem, portanto, único sentido, com a instalação feita pelo lado esquerdo da pista. O equipamento, aliás, estreitou distâncias. Douglas de Lima, 15, mora há 14 quilômetros dali, no Alto Alegre. Ter segurança ao trafegar pela faixa em, pelo menos, um dos trechos do trajeto, segundo ele, já facilita o caminho. "Estimula a andar de bike", diz.
Vizinho ali, dentro do Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) do Mondubim, o bicicletário já não tem mais espaço.
Dezenas de magrelas se amontoam no pátio, ao redor de árvores, encostadas nas paredes. Elas estão estacionadas, inclusive, nas áreas internas. "O uso da bicicleta aqui é muito grande. É a forma que a gente tem pra se deslocar e fugir de ônibus lotados. E muitas vezes, não temos dinheiro", conta a vendedora Mara de Castro, 25, que foi pegar o sobrinho Luiz Pedro, 10, em um jogo de futebol na quadra do Cuca.
O uso de bicicletas na região não se restringe aos jovens. Pedreiro, Luiz Gonçalves da Silva, 67, faz os diversos caminhos para o trabalho, em vários pontos da região, usando duas rodas. "Eu ando a bicicleta porque é mais rápido que andar de ônibus e ainda por cima é mais barato".
A Prefeitura estuda expandir o tipo de ciclofaixa para toda a Cidade. Os usos das ciclovias e ciclofaixas têm o mesmo objetivo: garantir a locomoção de ciclistas para deslocamentos para o trabalho ou para o lazer.
De acordo com o engenheiro da Prefeitura, Gustavo Pinheiro, um estudo foi realizado pelo Município, em 2014, para a escolha dos locais onde novas faixas seriam implantadas. O Mondubim foi indicado como uma área muito necessitada de espaços para ciclistas. "Com base em planejamento, as próximas implantações da malha cicloviária serão feitas a partir dos resultados dessa nova estrutura", determina. Uma diferença que ele observa é em relação aos bairros.
Enquanto na periferia a ciclovia tem a maioria dos deslocamentos de trabalho ou de estudo, nas áreas mais centrais, as bicicletas são mais utilizadas como lazer.
MAIS SEGURANÇA NO CAMINHO
NOVA FAIXA
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Faça chuva ou sol, Felipe Nascimento, 28, se desloca de casa, no bairro Vila Peri, até o Cuca Mondubim de bicicleta. São cerca de cinco quilômetros pedalando até chegar à rua Waldir Diogo, onde o Centro Urbano está localizado. No caminho, ele já realiza o aquecimento para a aula de jiu-jitsu. Ele nem tinha reparado na faixa zebrada da via, mas ao ser questionado, disse acreditar que o tipo de pintura trará mais segurança. "Claro que é importante que o ciclista também esteja atento e use a ciclovia no sentido correto", ensina.