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Dengue tipo 2 tem risco de voltar a circular este ano em Fortaleza
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Dengue tipo 2 tem risco de voltar a circular este ano em Fortaleza

| Combate ao Aedes | Sorotipo DENV2 do vírus da dengue não é registrado na Capital desde 2008. Balanço do ano passado aponta queda drástica na ocorrência de arboviroses
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Depois de registrar em 2018 redução de mais de 90% nas ocorrências de arboviroses na comparação com o ano anterior, Fortaleza pode ter cenário epidemiológico diferente para a dengue em 2019. O balanço e o alerta foram divulgados ontem, pela Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na reunião do Comitê Intersetorial de Enfrentamento às Arboviroses.

 

A preocupação com a dengue se deve à possibilidade de haver reintrodução do sorotipo DENV2, que está presente em estados vizinhos e que não circula em Fortaleza desde 2008. Em relação à chikungunya, não há perspectiva de aumento expressivo de casos, mas há necessidade de manutenção do sistema de vigilância epidemiológica e controle vetorial.

 

Em 2018, os casos de chikungunya na Capital tiveram queda de 99,14% em relação ao ano anterior. Em 2017, 61.710 pessoas tiveram a doença, das quais 144 morreram. No ano passado, foram 527 registros, com um óbito.

 

As reduções também são observadas nos casos de dengue no biênio. No ano passado, foram 1.223 casos da doença, havendo cinco óbitos. Em 2017, o número chegou a 13.558, com 19 mortes. A redução no período foi de 90,9%. As ocorrências de zika também seguem tendência de queda, passado dos 266 casos em 2017 para 11 em 2018.

 

Diante desses dados, a recomendação é permanecer em estado de alerta. Segundo a secretária municipal da Saúde, Joana Maciel, a população precisa continuar atenta à prevenção ao vetor das doenças - o mosquito Aedes aegypti -, sobretudo por dois aspectos: a adaptabilidade do inseto ao clima da Cidade e as questões epidemiológicas.

 

"Foi um avanço enorme, mas não se pode baixar a guarda. Não se pode só ficar comemorando os resultados de 2018. O mosquito é muito adaptado ao nosso meio e tem as questões epidemiológicas. Por exemplo, o vírus dengue tipo 2 já não circula no nosso meio há mais de dez anos. Isso é um risco que nós temos. Então, é muito importante combater o vetor", ressaltou.

 

Desde de 2013, a Prefeitura desenvolve a Operação Inverno, que consiste na preparação antecipada, no ano em curso, ao período chuvoso do ano seguinte, que é quando as condições climática e ambiental possibilitam ao Aedes aegypti um ciclo reprodutivo mais intenso.

 

"Estamos realizando os mutirões desde outubro (passado). E nesta Operação Inverno, os mutirões acontecem nos 30 bairros mais vulneráveis da Cidade, que concentram praticamente mais de 70% dos casos de dengue e chikungunya na série histórica de Fortaleza", explicou o coordenador de Vigilância em Saúde, Nélio de Morais.

 

Foram realizadas mais de 293 mil inspeções, eliminando mais de três mil focos do vetor de arboviroses. Segundo Nélio, os casos se concentram na Regional V, com destaque aos bairros Bom Jardim e Mondubim, e na Regional VI, no Jangurussu e bairros do entorno. Contudo, ele frisa que as seis regionais possuem suas áreas vulneráveis, que são foco da operação.

 

Como janeiro é mês de férias, Nélio recomenda que a população, antes de viajar, tome alguns cuidados, como deixar vasos sanitários e caixas d'água cobertas, calhas entupidas, a fim de evitar criadouros do vetor.

 

O prefeito Roberto Cláudio, presente na reunião do Comitê, comemorou a redução no número de casos e falou sobre a importância do combate constante às arboviroses. "A ideia é que as ações de prevenção e combate às arboviroses não aconteça apenas durante a quadra chuvosa, que ela seja uma agenda permanente da saúde pública de Fortaleza".

 

VIGILÂNCIA

Mil agentes de endemias atuam em Fortaleza, dos quais há 120 educadores e mobilizadores, espalhados nas seis regionais. Eles realizam uma média de 50 mil intervenções e eventos ao ano, segundo o coordenador de Vigilância em Saúde, Nélio de Morais.

 

 

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