Logo O POVO+
Casos de violência policial registrados em fevereiro ainda são investigados
CIDADES

Casos de violência policial registrados em fevereiro ainda são investigados

Edição Impressa
Tipo Notícia
Vídeo registrou o momento em que PM chicoteava mulher na Aerolândia
 (Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Vídeo registrou o momento em que PM chicoteava mulher na Aerolândia

Em fevereiro, três casos de violência policial chamaram a atenção da opinião pública. Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que foram abertos procedimentos investigativos preliminares para apurar os ocorridos. "Diligências estão em andamento no momento para apuração dos fatos na seara administrativa", afirma a CGD.

No caso de 6 de fevereiro, um homem foi morto por policiais chamados para atender a uma ocorrência. Conforme a Polícia Militar, os agentes relataram que, no instante em que chegaram à rua, dois homens brigavam com duas mulheres e tentavam puxar a bolsa de uma delas. Ao darem ordem de parada, segundo a versão dos PMs, o homem se virou bruscamente, dando impressão de que iria reagir. Nesse momento, um policial atirou. 

Uma imagem que repercutiu foi a uma mulher chicoteada durante abordagem policial, já estando de joelhos e mãos na cabeça. Vídeo que registrou as agressões viralizou nas redes sociais.

Tanto no caso da Aerolândia, como no da Parquelândia, a PM anunciou o afastamento dos agentes envolvidos nas ocorrências.

Ainda em 1º de fevereiro, uma criança teve a perna decepada após uma viatura policial atingir duas residências do bairro Coaçu. Os PMs alegaram que estavam em perseguição quando do acidente, mas moradores da região, ao O POVO, negaram a versão. A criança teve a perna reimplantada em cirurgia no Instituto Dr. José Frota (IJF). O POVO apurou que, no último dia 25, um cabo e dois soldados envolvidos na ocorrência foram intimados para prestar depoimento à CGD.

Foi solicitada entrevista com o promotor do Ministério Público do Estado (MPCE) responsável pelo controle externo da atividade policial. O órgão, no entanto, informou que se pronunciaria somente por nota, em que afirma estar acompanhando "atentamente" os casos. "As investigações correm dentro da normalidade e, logo que concluídas, os resultados serão apresentados à sociedade", continua o texto.

Em todo o ano de 2018, 475 procedimentos administrativos foram abertos na CGD para investigar 770 servidores da segurança pública estadual. A maioria deles (519), PMs. Em seguida, policiais civis (221). No mesmo ano, a CGD arquivou 677 procedimentos e puniu 147 agentes. Outros 14 foram demitidos, mas nenhum foi expulso — o que significa que podem voltar às corporações após novo concurso. A motivação mais comum para a sanção foi homicídio qualificado: foram três casos.

No mês de janeiro, seis PMs foram presos em flagrante. O POVO apurou que dois foram por crimes militares, outros dois, por ameaça — sendo que um deles foi autuado também na Lei Maria da Penha. As outras prisões se referem a disparo de arma de fogo em via pública e estupro de vulnerável. Em janeiro, cumpriam pena no presídio militar, ao todo, 30 PMs, conforme boletim oficial da corporação. O documento, de 12 de fevereiro, aponta que outros sete PMs cumprem pena em regime semiaberto.

 

Morte no Carnaval

Victor da Silva Barbosa, 19, morreu após ser detido com mais 2 homens em intervenção policial no mela-mela em Fortim, na segunda-feira, 4. Levado ao posto da PM na cidade, ele teria passado mal. O caso é investigado pela Delegacia Regional de Aracati.

O que você achou desse conteúdo?