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Mesmo com aumento de vagas, fila para creches permanece
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Mesmo com aumento de vagas, fila para creches permanece

| FORTALEZA | Prefeitura assinou convênio com 69 organizações
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Repasse será destinado para abertura de mais de 300 matrículas em novas turmas da educação infantil (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima Repasse será destinado para abertura de mais de 300 matrículas em novas turmas da educação infantil

Cerca de sete mil crianças, de 1 a 3 anos, aguardam por vaga em creches da rede municipal. A informação foi dada, ontem, pela Prefeitura de Fortaleza, durante assinatura de 96 termos de colaboração com 69 Organizações da Sociedade Civil para gerenciamento de creches neste ano letivo. De 2012 a 2019, o número de vagas passou de 10.593 para 21.656 - aumento de 104,7%. Entre o ano passado e o atual, foram criadas 523 vagas. O incremento, contudo, não acompanha a demanda.

"Para se ter uma ideia, em dezembro tínhamos cerca de 12 mil crianças no RU (Registro Único). Fechamos agora a matrícula com aproximadamente cinco (mil). Faz um mês que começaram as aulas, já tem quase sete mil de novo", enumera Dalila Saldanha, titular da Secretaria Municipal da Educação (SME). Em 2019, o custo com a rede conveniada é de R$ 33,6 milhões, para beneficiar 6.923 crianças de 1 a 3 anos. Segundo ela, mil vagas deverão ser criadas ainda neste semestre, com entrega de cinco Centros de Educação Infantil (CEIs).

Entre as justificativas para o aumento da procura, está, justamente, a expansão da rede. "À medida que a gente abre creches dentro das comunidades, mais perto de casa. À medida que as creches funcionam, que têm cinco refeições, que têm resultados pedagógicos e sociais importantes, aumenta a atratividade. A gente tem tido agora uma busca enorme de crianças que estavam matriculadas em escolinhas particulares e foram para as novas creches comunitárias", diz o prefeito Roberto Cláudio.

De 2010 a 2018, o atendimento da etapa creche na rede municipal cresceu 113,3%, enquanto na rede privada cresceu 37%.

Segundo RC, o Ministério Público apontava fila de 4.800 crianças em 2016. "Já abrimos mais de seis mil e já tem uma outra fila. E isso é bom. Rede pública só aumenta de tamanho quando tem credibilidade suficiente para competir com a rede privada. E o que está havendo agora é uma migração clara de crianças da nossa rede privada de educação infantil para a rede pública".

Em 2012, havia 138 equipamentos de educação infantil, informa a Prefeitura. Até 2019, houve incremento de 117, chegando a 255 unidades. Além dos cinco novos CEIs previstos este ano, outros 20 devem ser concluídos até 2020, e outras 12 unidades serão construídas em Parceria Público-Privada (PPP). O investimento é de R$ 59,1 milhões, entre recursos federais e municipais.

Dalila explica que a modalidade creche é oferecida também em escolas com Educação Infantil e nos CEIs, mas destaca que as OSC atingem público que a rede municipal ainda não conseguiu alcançar. "Essas entidades apoiam muito o nosso trabalho nessa perspectiva de estar mais próximas em comunidades mais vulneráveis e que a gente ainda não conseguiu chegar com as construções".

Investimento

R$33 mi é o valor de investimento nas 96 creches parceiras, que atenderão 6.923 crianças este ano. Em 2012, eram 48 instituições conveniadas, alcançando 3.522 crianças, com investimento de R$ 11,5 milhões.

Centras de Educação Infantil

25 Centros de Educação Infantil (CEI) devem ser entregues até 2020, com investimento de R$59 milhões. Outras 12 unidades educacionais deverão ser construídas com Parceria Público-Privada.

 

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